A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Tuesday 26 April 2011

O RIO DA ALMA - MANTO DE CÉU



Homem poema!
Teu paraíso é Maio, verde Maio.
Em Junho perfumado, o teu aroma.
Pássaros que cantam com luz que se abre.
Oh luar, até de madrugada.

Homem poema!
Idílicas noites ao teu lado se passaram,
Com o céu a servir-nos de manto.
As estrelas não tinham conta.
Até chorei de espanto.
Tu, ali deitado ao meu lado,
Apolo de aromas e emoção.

Homem poema!
Se te desiludi e penso que não,
Ainda assim, te quero pedir perdão.
Se em ti provoquei geadas
E não aqueci teu coração,
Serei merecedora da tua absolvição?
Foram sublimes, naquela noite:
Fantasias, sabores,
Aromas e emoção.

Homem poema!
Por ti, não vivi em vão.
Tudo vale a pena,
Mesmo o teu perdão!

Por: Joaquina Vieira

26/04/0211

MOMENTO DE ALMA - SEMEANDO ESTRELAS DE ESPERANÇA



O amor é o mais sublime dos sentimentos.
Muitas vezes o confundimos com sexo.
”Fazer amor” é uma expressão bastante usada!
Relacionamentos existem, sem amor.
Amor é a mola da vida no crescimento do outro,
Se, realmente, o amamos.
Quem diz que ama?
Podem-se amar as plantas,
Mas também se deve cuidar delas:
Regá-las, podá-las.
Amor requer trabalho e sacrifico.
Quem ama os animais,
Alimenta-os, abriga-os,
Dá-lhes carinho e aconchego.
Quem ama não agride, não magoa.
Matar por amor é impensável..
É um ato de loucura…
De quem perdeu o equilíbrio.
O amor, somente constrói.
Nos degraus do amor,
Encontramos o amor fraterno,
O conjugal e o maternal.
O amor à arte, à ciência, à musica...
Amar é ter a capacidade de renunciar e de se doar.
A Humanidade registou, na sua trágica História,
Nomes de homens e mulheres notáveis,
Cujas vidas, iluminadas pelo amor,
Se tornaram sublimes, exemplares.
Alguns deles:
Madre Teresa de Calcutá;
Aristides de Sousa Mendes;
Gandhi;
Dr. Sousa Martins (médico dos pobres);
Oscar Schindler;
Beethoven e tantos outros.
Vale a pena ler as suas biografias.
São vidas plenas de amor!
O amor é Universal.
Ama tu, também,
Seja qual for a situação em que te encontres.
Distribui amor pelo caminho,
Semeando estrelas de esperança.
Amanhã, elas brilharão para ti.


Por: Joaquina Vieira

RIO DA ALMA - OUSEI



Nasceu o desejo.
Ousei o toque
E senti o choque.
Perdi a noção
Do que é certo ou errado,
Aberto ou vedado.
Do sim e do não.

Ousei, outras vezes,
E senti o calor,
O prazer e a dor.
A vida e o sexo
Invadiram-me o ser.

Tentei entender
E não achei o nexo.

Passado o instante,
Sobreveio-me o medo,
A angústia, tão cedo,
A dúvida e o vazio
De não saber bem o que sinto,
De ser guiada pelo instinto,
Tal qual um bicho no cio.

Por: Joaquina Vieira

26/04/2011

MOMENTO DE ALMA - PEDI A DEUS !



Pedi a Deus:

Uma Primavera no Verão;
Que me desse inspiração;
Vontade para ensaiar as mãos.
Queria escrever, escrever.

Deus escutou meus apelos!
Deu-me letras, deu-me voz.
Afagou meus cabelos.
Deu-me a ternura para amar
E a veia de poeta.
É o mesmo que rezar.

Mostrei-lhe minhas mãos
Que bailam, como andorinhas.
Sabem, também, mendigar
Se me sinto pobrezinha

Deus, atento, escutou:

Meus versos feitos de amor;
Cantos, quadras, sonetos;
Poemas longos e discretos
Que falam de pranto e dor

Mas Deus nada disse!

Sincera, neste querer, gritei:
Se não puder versejar,
Vou vivendo só para amar.
Assim serei, até morrer.

Por: Joaquina Vieira

24/04/2011

Saturday 16 April 2011

MOMENTO DE ALMA - ADEUS, TRISTEZA !



Adeus, tristeza!
Estou de mala aviada,
Veio ter comigo a poesia.
Vamos viajar, ainda de dia,
Aproveitando a boleia
Nas asas da ladeira
Do tempo brando
Que vem caminhando,
Desde muito longe,
Lá do fundo do mar.
Vamos visitar uma estrela,
De manhã lavrada,
Que pensei perdida,
Pela madrugada.
Mas vai escondida,
Numa nuvem clara.
Minha poesia
Ainda se prepara.
Leva na bagagem,
Apenas uma cantiga.
Vamos partir.
Olha, tristeza!
Com minha poesia dançam
Aves de asa branca
E danço eu uma valsa,
Pelos mares adentro,
Pelos campos verdes.
Nos jardins dos céus
Viajamos juntas!
Mas nós voltaremos
Numa estrela guia.
Eu e a minha poesia.

Por: Joaquina

16/04/2011

MOMENTO DE ALMA - NÃO SEI







Vêm, por vezes, as tormentas
Abanar a minha estrutura.
Para as estrelas envio meu sofrimento
Tentando iluminar este mundo.

NÃO SEI
O que o universo nos reserva.
Tu já cumpriste tua missão.
Tens outra vida, manifesta,
Eu fico só, com a emoção.

NÃO SEI
Se a vida nos juntou,
Para cumprirmos nossa missão.
A Primavera se aproximou
E cimentou nossa paixão.

NÃO SEI
Dos campos verdejantes,
Da juventude que se ausentou.
Já não somos como antes.
Vê o que de nós restou!

Por: Joaquina Vieira
24/03/2011

PAZ


Em qualquer lugar,
Onde habita a paz,
Todos queremos morar.
Mesmo que não saibamos o local
É o nosso refúgio do mundo,
Quando nos queremos encontrar.
Paz que todos procuram.
Para alguns está trancada,
Para outros, aberta, de par em par.
Nela se dá o encontro de dois mundos,
Onde se pode encontrar a afeição.
Paz de espírito.
Por ela se fazem tréguas e acordos.
Todos a querem,
Mas muitos não sabem como a alcançar.
É necessário, primeiro,
Apreender a libertar-se,
Deixando outro tanto para trás.
Eu comungo com aqueles que já a encontraram.
Sou vulnerável, como folha que se solta da árvore.
Faço tudo para viver em paz.
Com paz de espírito, em concórdia,
Sou um ser delicado, mas forte.

Por: Joaquina Vieira

28/03/2011

SOU ASSIM, É COMO SOU




Tenho medos, sim!
Medo do que ainda está por vir.
Da dependência física, dos outros…

Sou louca, sim!
Louca o suficiente,
Para ser diferente,
Para me atrever a sonhar..

Sou triste, sim!
Tenho meus momentos,
De tristeza profunda.
Por vezes, tenta,
Levar-me ao fundo.

Sou divertida, sim!
Rio à gargalhada solta,
Rio de ti, rio de mim.
Essencialmente de mim.

Sou nostálgica, sim!
Sinto nostalgia
De momentos perdidos,
Fotografias paradas no tempo.
Pedaços de mim
Ainda os conservo,
Comigo, eternamente.

Sou optimista, sim!
Tenho dias que só vejo,
O lado bom da vida.
Coisas insignificantes fazem-me rir.
Passo, com facilidade, os obstáculos,
Vejo um mundo idealizado só por mim.
Danço ao som do Bolero de Ravel,
Canto à desfolhada com os passarinhos.
Vou para rua, vestida de maneira excêntrica.
Rio sozinha, no cinema, até incomodar os vizinhos do lado.
Rio muito ao ler um bom livro.
Chamo a atenção, onde estou, pelo porte ousado.
Já perdi toda a vergonha e preconceito.
Ainda não me zanguei com o espelho.
Gosto de me mirar, de soslaio.
Miro meu corpo, tenho orgulho dele.
Não porque seja jovem, mas porque funciona.
AFINAL SÓ ESTOU EM PAZ COM A VIDA...

Por: Joaquina Vieira

28/03/2011

Saturday 9 April 2011

OUTONO




Outono!
Árvores despidas,
Troncos nus,
Folhas caídas
De corações, em hibernação.

Manhãs frias,
Raios de luz
Em noites vazias,
Céus cinzentos,
Recordam momentos.

Outono!
A chuva a cair,
E a natureza
Recomeça a dormir.
E a gente espera
Até vê-la acordar
Na próxima Primavera.

Então, manhãs floridas,
Começo de novas vidas.
Em dias risonhos
Irão aparecer
Novos sonhos.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - A PONTE





Lancei palavras ao ar.
Elas caíram, em monte.
O que eu queria, realmente,
Com elas construir,
Era uma ponte.
Uma ponte que unisse,
Que dissesse a Verdade,
Que desterrasse o Ódio,
Que libertasse a Liberdade.
Que esquecesse o Rancor,
Que pintasse a Alegria,
Que cantasse a Eternidade.
Que vencesse a Dor
Que beijasse a Felicidade.
Que gritasse o Amor
Que abrisse o Coração.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - NA MEMÓRIA DO TEMPO





Com momentos bem vividos
O tempo passou,
Em anos alargados.
Os espaços preenchidos,
Nas mãos dadas,
Em dias frios,
Em jardins despidos,
Em recantos solitários.
Em montanhas escarpadas,
Em glaciares gelados,
Em praias desertas.
A pé,
De mochila,
De automóvel,
De bicicleta.
O tempo passou,
Por uma fresta.
Tudo, tudo gravado
Na memória do tempo.
Que se faz urgente,
Num corpo cansado,
Também mutilado.
Por razões mil,
Vem, agora, o presente reclamar
Que não deixes de amar
Tua vida,
Teu furação
Ainda em ebulição.
Tempo,
Tempo dentro do tempo,
A ti quero dar:
Minhas mãos,
Meus braços,
Meu coração.
Enquanto ele palpitar.
Os anos! Que saudade!
Tudo ficou completado
Com maturidade.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - O MILAGRE DA VIDA

IMAGEM: NASA


Não tenho medo de ficar sozinha
Porque aprendi a gostar de mim mesma.
Percebi que só fracasso se desistir.
Percebi que o que conta é o que eu penso de mim.
Percebi que devo ter fé, na fé que tenho de mim.
Percebi que o sofrimento que a todos chega,
É uma oportunidade para me ajudar a crescer.
Percebi que a morte, que caberá a tudo e a todos,
Não é o fim, mas um recomeço de mim.
Percebi que o ódio que circula, desenfreado,
Não passa de uma consequência da ignorância.
Percebi que posso rir de mim mesma,
Para que também possa saber chorar.
Percebi que envelhecer, fase da vida que toca a alguns,
Significa sabedoria acumulada no acumular dos dias.
Percebi que ninguém me consegue ferir,
Sem meu consentimento.
Percebi que não existe escuridão sob a luz das estrelas.
Percebi que as mudanças, o tempero da vida,
Não interferem com meus sentimentos.
Percebi que tenho, em mim, um manancial de coragem
Para enfrentar todos os obstáculos.
Percebi que a esperança nunca morre,
Se amarmos as espantos da vida,
Se nos encantarmos com uma criança.
Percebi que não devo temer o amor incondicional
Que devo manifestar pelo milagre da vida,
Por quem o julgar merecer,
Por mim mesma.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - PERTENÇO AO UNIVERSO



As flores abrem-se, para mim,
E sorriem para quem passa.
Repartem os seus aromas,
Libertam-se nas asas
Do cavalo branco, alado.
Daqui sinto os seus odores,
Vejo os telhados de Lisboa,
Olho outros olhares.
Circulo pela cidade,
Cuidando meus passos.
O Sol, vindo no espaço sideral,
À minha mente vem bater.
Desperta palavras solenes,
Sorrisos espontâneos,
Coisas banais.
Dentro de mim bate um coração, a compasso,
Onde nascem os laços
Que aqui me vêm prender.
É uma melodia a vibrar!
Sobrepõe-se aos acordes da guitarra a chorar.
Multicolores são meus desejos, ao festejar.
Criei meus dias coloridos, dentro do nada.
Pertenço ao Universo
Onde me consigo situar.
Cruzam-se comigo mentes escravizadas,
Olhos postos no chão, pelo nada.
Sou pedaço dos restos de uma estrela cadente…
Campos expressivos abrem a estação,
Como a alegria que brota de meu coração.
Como um  sopro de alento
Vêm os dias aquecer o meu corpo
De caneta em riste, meu braço abraça
Prosa e poesia.
É como que algo que me toca à mente,
Que faz com que esteja presente.
Mesmo que o verso não rime,
Não sou triste. Não?
Sou apenas consciente
Da minha própria decisão.
Passeio-me por espaços vazios
Onde ninguém quer entrar.
Aqui, sentada, eu ponho-me a filosofar.
Sou um ser solitário,
Como solitária é minha mente.
Tudo para trás irei deixar.
Para ser livre, eternamente.

Por: Joaquina Vieira

6/03/2011