A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Monday 11 November 2013

O UNIVERSO TRARÁ...


Nesta conjuntura em que se espezinham todos os direitos individuais, sinto-me no direito de informar que me sinto traída nos meus ideais. Comecei a escrever quando o meu coração me apelou para que deixasse escrita toda a minha vivência.

 Ela não é minha pertença. Pertence ao mundo, a quem a lê e a quem nela se revê.

Mas, como sempre, vingaram os comerciantes do dinheiro fácil que também acharam ser simples roubar aquilo que não lhes pertencia. O dinheiro fala mais alto e, para muitos, é assim. Isso levou-me a que tivesse mais cautela. Que fosse mais esperta que eles. Aqueles que pensam que me podem roubar sem que eu nada possa alegar, estão muito enganados! O Universo trará, para eles, o reverso. Virá, um dia, um simples vírus que os desfará. Então, a obra roubada de nada valerá. O seu nome, na praça, não terá valor.
Vivemos no tempo do dinheiro. Aquele que o tiver pode comprar o mundo inteiro. Mas não pode roubar a inspiração. Nem a paz do coração. Podem ficar ricos e viverem em palácios que eu continuarei a dormir sem soporíferos.
O que me move não é dinheiro! É a obra, por inteiro. Aquela que, um dia, será de todos. Será lida em todos os povos. Não tenho lutas. Não tenho ambição. Tenho, sim, uma missão.
Continuarei a escrever prosa. Sim! Mas fica para mim. Um dia, quiçá, ela será lida por outras gerações. Onde falem, mais alto, os corações.
São publicados tantos livros que não dizem nada. São apenas a passagem dos seus postigos. Ressalvo, no entanto, muitos que li.
Uma obra poderá ser imortal. O livro não passa de um conjunto de folhas. Os livros vendem-se ao quilo. A obra demora a ser lançada. Ela não tem pressa de ser apresentada.
Mas sinto-me descontente. Por não poder dar a alguns, no presente, a minha oferenda criada. Dentro de mim achada.
A poesia não é para ser falada, mas para ser declamada. Quando é bem escrita, por outros é lida, interpretada e sentida.
Vou continuar, mas devagar.

Minha lembrança, ancorada
Em meu peito, amordaçada,
Em meu corpo suportada.
Andarei despojada, amarga,
Nas trevas, vestida de nada.
Meu peito latejante, voltado,
Espera por ti, anjo adorado.

Autora: Joaquina Vieira
26/10/2012

Sunday 27 October 2013

SOU O FRAGMENTO ESPALHADO, NO UNIVERSO CRIADO


Quero dizer a quem lê minha escrita, que ela não é para eruditos.
Ela é humilde. Mas não é direta. Tem mensagens, pelo meio, escondidas. Todos a podem ler porque, no fim, só não a irá entender, todo aquele que se achar erudito.

Sou autodidata. Formei-me na vida. Nas livrarias. Em todos as páginas que li. Desde a filosofia antiga até aos autores consagrados, tudo li, tu devorei. Até que me formei. Minha mente, sempre atenta, separou o que eu necessitava do que era supérfluo.
 Devagar, levou-me àquilo de que gostava.

Escrevo para gente como eu. Para si, que é anónima, sincera, com necessidade de saber e que não gosta de desperdiçar o seu tempo.
E muitos são aqueles que, como eu, pensam.
Então, estudei a forma de chegar a muita gente. Foi aí que se deu o clique. Num repente, decidi que iria escrever para outras gentes!
Eu tinha recados para dar.
Mas vivo sozinha, comigo.
O meu dia é preenchido entre caminhar, escrever e divulgar. Já nasceu comigo este enigma da escrita. E a paixão pela leitura e também pela aventura.
Embora mulher, sou diferente da maioria das mulheres. Não gosto de perder tempo. Não sou tagarela e não aprecio os gostos de muitas delas. Não gosto de limpar o pó.
Mas gosto de estar só.
 Gosto de viajar no tempo e conhecer outras gentes. Nos intervalos escrevo, invento.
Tenho, em mim, algo de extraordinário. Minha mente, descontente, está sempre a desafiar-me. Já tentei tudo. Desde cozinhar, bordar, pintar e até, no campo, trabalhar. Mas de todas as tarefas, aquela que mais sinto é a minha escrita. Por isso escrevo. Diálogo direto para qualquer intelecto.

Não sou passiva, não! Nem tão-pouco indiferente! Por isso escrevo com a força de um dragão. É algo que comanda a minha mão.
 Não precisei de universidade para saber o que era a diversidade. Escrevo prosa destinada à rosa e ao poeta maldito que, nesta sociedade, é proscrito.

Mas não sou erudita!

Um erudito tem a mente fechada. Carece da universidade.
Um erudito necessita de fazer consultas para elaborar um discurso.
Melhor fora que estivesse atento, ouvindo a mente, à sua frente.
Um erudito carece de exibir um papel carimbado, para mostrar que é letrado.
Com uma palavra, um erudito faz um bordado. Para deixar um recado.
Tentando ser crítico, quem quiser o ler, necessita de um dicionário. Para o entender.
Um académico não tem paixão. Escreve por obrigação.
Nada mais sabe fazer. Mas critíca quem souber mais do que ele.
É alguém que veste bem. Tem o ego cheio, no seu meio.

Assim, aqui deixo o que penso sobre eruditos, académicos ou catedráticos.
Muita gente mais inteligente anda, por aí, perdida. Por não saber que tem, consigo, as chaves do segredo.
Nem todos podemos ser doutores. De tudo é formado o mundo.
O nosso lugar é aquele onde nosso o coração bate, devagar.
Todos nós temos os nossos talentos. Por isso, a todos os que me leem lhes peço que descubram o vosso segredo.
Se, por acaso, encontrarem dentro da minha escrita algo que vos incentive, no vosso presente, algo que vos possa fazer sentir ou reviver algo agradável vivido em vossas vidas, então já valeu a pena esta minha conversa com Deus.
Eu sou a enseada
E a  sua entrada;
Eu sou os espinhos
E os caminhos;
Eu sou as correntes
Que há nos meus rios;
Eu sou a pura alegria
Que contagia.
Eu sou de todos
E não sou de ninguém.
Eu sou o momento
E sou alguém.
Eu sou aquela que se não detém.
Eu sou tudo, enfim,
E serei nada, por fim.
Mas sou fragmento espalhado, no universo criado.
Faço, de minha prosa, recados pungentes. Que vão ao encontro das gentes. Tudo o que sei, tudo o que faço, é um acto de amor. Embrulhado em laços de humanidade.

Queria que soubessem, aqueles que me leem, que sou normal. Apenas mais atenta. Dentro do vendaval.

Autora: Joaquina Vieira

25/10/2013



Saturday 19 October 2013

SEGREDOS ( FILOSOFIA DA ALMA )


Sobre a filosofia da alma, hoje muito em voga, muitos são os que a ela se dedicam, mas poucos os que compreendem o fenómeno. É sobre este tema que quero falar.

Depois de ler muito sobre o assunto, aderi à minha filosofia. A da alma.
Sempre senti em mim uma certa diferença em relação ao meio onde estava inserida.
 Procurei muito, li muito, até encontrar a paz para mim.
Encontrei-a dentro desta filosofia, quando percebi que a diferença estava na minha alma. Contestava tudo e todos. Um dia percebi que, sendo eu humana, existia dentro de mim, outro ser que me ajudava a tomar atitudes. A força vital. Dediquei-me a explorar-me! Anotei meus sonhos. Durante anos fiz psicografia e explorei a meditação. Constatei que, muito naturalmente, entrava no estado alfa. Acreditei que era um canal para um outro ser que vivia comigo, designado por “alma” ou “espírito”.
Passei por muitos grupos esotéricos. Todos eles me deram grandes lições. Cheguei a um ponto em que algo me dizia que eu não precisava daquilo. Tudo era inato, em mim. Assim, dediquei-me à filosofia da alma através da minha própria experiência.
Aprendi a ler nos olhos das pessoas.
Aprendi a distinguir a mentira da verdade.
Aprendi, através da meditação, a ver auras.
Neste percurso, encontrei o reike. Essa sabedoria, tão antiga, modificou a minha vida, para melhor.
Comecei a ver o que não via antes.
Desenvolvi a minha intuição.
Passei a aceitar, como verdade, tudo aquilo que sinto.
Desenvolvi a lei do desapego.
Apesar de tudo isso, entendo que a minha verdade não serve para os outros. A verdade só serve para quem nela acreditar.
Através de estudos e facilidade de acesso a vidas passadas, vislumbrei que vivi na segunda guerra mundial. Que fui uma enfermeira judia e que sofri os horrores do holocausto. Soube, também, que todas as pessoas que morreram no holocausto tiveram a oportunidade de voltar a reencarnar, logo a seguir.
A guerra terminou em 1945 e eu nasci em 1950. A partir de 1975, nasceram muitas almas especiais, crianças chamadas “Índigo”, que hoje são jovens muito mais conscientes em relação ao mundo em que vivem.
 Durante anos, era uma apaixonada por tudo que dissesse respeito á 2ª guerra mundial. Li todos os livros que encontrei. Vi todos os filmes, sem nunca entender o porquê dessa atracão! Só muito mais tarde, já depois de ter o reike, tive oportunidade de visitar o campo de extermínio de Auschwitz. Senti-me a voltar a algo que estava esquecido.. Eu conhecia tudo aquilo. Percebi, então, a minha obsessão por todo esse período. O meu mal-estar foi tal que vomitei e fiquei doente.
Com todos os conhecimentos que adquiri sobre a guerra e depois de visitar vários campos de concentração na Alemanha, Polónia e Republica Checa, encontrei paz e passei a ter um melhor compreensão do muito que minha alma sofreu nessa reencarnação. Aos poucos, foi-se desvanecendo esse mau estar.
Soube, mais tarde, que eu era uma alma muito velha e que já não necessitava vir à Terra. Mas vim, por vontade própria, com a missão de ajudar os outros. Penso que já cumpri essa minha missão.
Hoje sinto-me em paz, a nível espiritual. A nível terreno, sinto-me calma porque entendo o meu percurso, aqui.
Se resolvi escrever este relato foi porque nada tenho a esconder, neste mundo de loucos. Estou no meu percurso. Sou ainda uma estudante da alma. Os verdadeiros segredos, esses, ainda não estou preparada para os conhecer.

Minha intenção ao escrever este texto, era a de poder ajudar outras pessoas que possam vir a passar pelo mesmo que eu passei.

Autora: Joaquina Vieira
03/05/2012

PUBLIQUEI CENTENAS E CENTENAS DE PROSAS E POESIAS. CANSEI-ME DE SER ROUBADA E ATÉ VÍTIMA DE TÉCNICAS MALICIOSAS QUE ME INVADIRAM O COMPUTADOR. ESTOU A FAZER UMA PAUSA, SEM DATA PREVISTA PARA A SUA FINALIZAÇÃO. ENTRETANTO, JÁ ESCREVI CERCA DE 1500 PEÇAS QUE GUARDAREI PARA O FUTURO.

Thursday 28 February 2013

UNIVERSO DE SENTIMENTOS


Minha alma inconstante,
Não me soltes, um instante.
Sozinha, não sei viver.
Vamos, ambas, divagar
Nos prados, pelas estradas,
Nos desertos e nas cidades.
Bailemos, companheira,
E celebremos esta vida.
As outras, eu não recordo.
Vestiremos trajes de festa
E, disfarçadas, na floresta,
Ajudaremos caminheiros,
Oferecendo as nossas mãos,
Aos que acharmos, fatigados,
De suas andanças, moídos.
Nada nos é dado como certo!
Vamos fazer um concerto,
Dentro das nossas ameias.
E flutuaremos nos ares,
Até os tristes reconhecermos.
Não me deixes, a mim, não!
Posso até ser bem divertida
Se, comigo, conviveres.
Dormiremos num moinho
Onde antes se moía o grão.
Vem comigo, alma minha,
Ensina-me a fazer o pão.
Iremos depois ocupar-nos,
Entre os montes e a cidade,
Dos que foram abandonados
E se fizeram prisioneiros
Da precária subsistência,
Cativos do mundo inteiro.
Porque lhes faltou a coragem
E entraram na engrenagem
Que, suas almas, escolheram.
Peregrinemos, dando alento
Aos que dormem ao relento,
E resgataremos, dando perdão,
Aos que nos cantos mais escuros,
Expiando passados obscuros,
Bebem e dormem nas ruas
Que as têm como casas suas.
Onde as estações perduram,
Encharcando os seus corpos,
Aquecendo seus desamores.
Querendo esquecer-se de si,
Ficaram ainda mais pobres,
Porque suas almas perderam,
Há muito, os seus endereços,
Não tendo casa para habitarem.
Mas eu estou aqui, e para ti.
Alma minha, ampara-me,
Pelo universo de sentimentos,
Todos levados pelos ventos.
Pela miséria que vejo, perene,
Em que vivem desafortunados,
Numa existência paralela,
Enfeitada de desencantos.
Não me deixes, alma minha,
Porque ancorada em ti,
Me tocará a inspiração.


Autora: JOAQUINA VIEIRA




Saturday 16 February 2013

HINO DA AMARGURA


Que uma brecha se abra,
Para que entre a razão.
Retirai-vos, lobos raivosos,
Alcateia de mentirosos,
Embaraçando a Nação.
Vós que passeais, eufóricos,
Encharcados em narcóticos,
Numa teia de neuróticos,
Nem vedes, lobos danados,
Que aqueles ao chão lançados,
Por vossos crimes dilacerados,
Numa alvorada, vos caçarão.
Levantai-vos, gente pacífica,
Experimentai a vossa força,
Escorraçando os vossos lobos.
Porque vos comem as entranhas
Entre roubos e patranhas,
No sofrer de cada dia.
Usai de igual aleivosia
E fazei-lhes, já, uma espera,
Enjaulando a besta, a fera.
Que se liberte o meu povo
Dessa desastrosa utopia
Que sua mente inebria.
A gente que vos amansa
É farta de cobardia,
É fraca de temperança.
Erguei o vosso escudo,
Hasteai o vosso estandarte.
A terra que vós pisais
Já pisaram os vossos pais.
As lágrimas que vós deitais
Porque são inúteis generais?
São lágrimas que desbaratais.
Porque vosso coração compassado,
Não arde de raiva, pela perfídia?
Forjais vossas ferramentas
E erguei o vosso altar.
Lutai com a arte de vossas mãos,
Com a força da vossa razão,
Para que os lobos não uivem mais.
Se vos unirdes, em comunhão,
Expulsareis os consentidos bandidos
Que, para sempre, serão banidos.
Picai-os com as vossas lanças
E deixai o sangue escorrer,
Livremente, de suas veias.
Deponham os vossos tiranos,
Aqueles que vos saqueiam
E que vos roubam até o pão.
Pensai em vossos filhos
Porque, um dia, eles chorarão.
Que ireis então fazer,
Quando os virdes morrer?
Quando lhes faltar a esperança,
Vereis lágrimas da criança
Que, desesperada, com fome,
Fechará o seu coração.
E será culpa de quem?
Dos pais acomodados,
Em suas poltronas sentados,
Esperando que a crise passe.
Mas ela se vai infiltrando
E vossos lares vai minando.
De bastião em bastião
Arrastará, pela rédea,
O povo que é o seu alvo.
Na revolta que me tortura,
Faço este hino de amargura
Que é um apelo à Nação.
Não lhes basta o que vos tiram.
Querem ainda o vosso coração,
Contundido pela desgraça,
Que ostentarão como troféu.
Porque permaneceis pasmados,
No tempo que passa, parados.
Forçai as entradas, trancadas,
E levantai a vossa razão.
O povo é raça, o povo é a força
Que pode mudar uma Nação.


Autora: Joaquina Vieira

05/12/2012

Wednesday 6 February 2013

INTERVALOS DOS SILÊNCIOS



Sou como sou, mas sou eu!
Embora pareça que não mudei,
Em mim, tudo muda.
Mesmo que distante,
Meu amor é o instante.
Sei hoje o que sou:
Sou o espaço do tempo
Em que me reservo e me sinto.
Direi adeus a quem me serve e,
Sem servidão, me entregarei.
Mas, ainda assim, me reservo,
Até que venha o dia
Em que virarei costas ao dia.
Então, em silêncio envolta,
Mesmo que tudo me revolte,
Seguirei, mas sei que voltarei,
Sempre, para tentar desfazer
As lições por aprender!
Do pouco que sei de mim,
Sei que me reconheço no tudo,
Mas que a nada pertenço.
Estou atenta à voz aflita,
Àquela que vem com o grito.
Se nada sou, de tudo preciso!
Assim, cheia de contradições,
Coração aberto ao meu sorrir,
Haja alguém que me possa falar
Dos intervalos, nos silêncios.
E escutar-me entre as escarpas,
Onde repousam nuvens e ventos
E moira meu peito, rasgado,
Despido, ensanguentado,
Pela força do meu querer.
Escreverei as minhas penas,
Mas também o meu jeito.
Por dentro do meu peito exposto,
Quiçá exista um coração já morto.
Grãos de areia flutuando,
Dentro da minha tempestade.
Nada é pela metade!
Erguerei sonhos encantados,
Para os levar ao altar
Onde está exposto o meu lugar.
Sozinha, comigo singrarei,
Pelo céu furtivo, perpétuo,
Onde tudo e nada acaba.
Por agora, eu só existo,
Dentro do que resisto,
Nesta forma de estar.
Ficarei por mim, eu sei!
Posso sufocar as mágoas
E até abafá-las em meu peito.
Possam elas ser, um dia,
A força que haverá no meu leito.
E elas rebentarão, ecoando
Como a força de um tufão,
A erupção de um vulcão,
O rugido de um leão.
Até meus pés estremecerão,
Com a razão do meu grito
Que comigo se esgotará.


Autora: Joaquina

27/01/2013