A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Sunday 15 January 2012

À TONA DOS SENTIDOS


Penso, ao momento, nos tempos
Que as memórias vêm reclamar.
Nas praias, nos areais,
Onde, cândida, me banhava,
Nas brisas que me refrescavam
E onde me sentia reconciliar.
E depois, nova etapa, recomeço.
E cada vez mais vou sentindo,
Que o tempo me vai fugindo,
Deixando marcas de fim,
Ganhando marcas de tempo.
E a vida, sorrateira, atenta,
Vai caminhando, a meu lado.
Mas, por vezes, é tão pesada
Que, todo o meu optimismo,
Nas estações, me abandona,
Dando lugar ao desânimo.
E flutuo, à tona dos sentidos,
Neste mundo complicado
Que, o sinto no fundo do meu ser,
Nos confins da minha alma,
Como um pesado fardo,
Que terei que suportar,
Porque assim terá que ser,
Porque é assim que é viver,
Porque, assim, é ser e estar.
E creio ser razão bastante,
Para tudo entender,
Para tudo ver.
É então que dou graças
E que posso agradecer
Tudo o que a vida me dá.
Mas o tempo que trás os dias
Vai trazendo, também, o fim.
Hoje, sinto todas as dores.
Elas residem, dentro de mim,
Sempre em estado de alerta.
Mas ainda me sinto viva,
Viva, atenta, desperta.

Autora: Joaquina Vieira
12/08/2008