Sou como sou, mas sou
eu!
Embora pareça que não
mudei,
Em mim, tudo muda.
Mesmo que distante,
Mesmo que distante,
Meu amor é o instante.
Sei hoje o que sou:
Sou o espaço do tempo
Em que me reservo e me
sinto.
Direi adeus a quem me
serve e,
Sem servidão, me
entregarei.
Mas, ainda assim, me reservo,
Mas, ainda assim, me reservo,
Até que venha o dia
Em que virarei costas ao
dia.
Então, em silêncio envolta,
Mesmo que tudo me
revolte,
Seguirei, mas sei que voltarei,
Sempre, para tentar desfazer
Sempre, para tentar desfazer
As lições por aprender!
Do pouco que sei de mim,
Sei que me reconheço no
tudo,
Mas que a nada pertenço.
Estou atenta à voz aflita,
Àquela que vem com o
grito.
Se nada sou, de tudo
preciso!
Assim, cheia de contradições,
Assim, cheia de contradições,
Coração aberto ao meu
sorrir,
Haja alguém que me possa
falar
Dos intervalos, nos
silêncios.
E escutar-me entre as
escarpas,
Onde repousam nuvens e
ventos
E moira meu peito, rasgado,
Despido, ensanguentado,
Pela força do meu
querer.
Escreverei as minhas
penas,
Mas também o meu jeito.
Por dentro do meu peito
exposto,
Quiçá exista um coração já morto.
Grãos de areia flutuando,
Grãos de areia flutuando,
Dentro da minha
tempestade.
Nada é pela metade!
Erguerei sonhos
encantados,
Para os levar ao altar
Onde está exposto o meu lugar.
Sozinha, comigo singrarei,
Sozinha, comigo singrarei,
Pelo céu furtivo,
perpétuo,
Onde tudo e nada acaba.
Por agora, eu só existo,
Dentro do que resisto,
Nesta forma de estar.
Ficarei por mim, eu
sei!
Posso sufocar as mágoas
E até abafá-las em meu peito.
Possam elas ser, um dia,
A força que haverá no
meu leito.
E elas rebentarão,
ecoando
Como a força de um
tufão,
A erupção de um vulcão,
O rugido de um leão.
Até meus pés
estremecerão,
Com a razão do meu
grito
Que comigo se esgotará.
Autora: Joaquina
27/01/2013