A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Tuesday 11 January 2011

RIOS DA ALMA - POEMA DA DESILUSÃO



Angustiante desilusão, entre paredes fechadas.
Aqui me encontro com o sabor de amargura gelada.
No tributo da união onde pendurei meus sonhos,
Ando agora à deriva, sem saber onde ficar.
Tanta desilusão mata a minha paixão, que não mente.
Nas gélidas noites de Inverno,
Nas noites de Lua cheia,
Chorei lágrimas inocentes que no meu peito derramei.
E agora?
Vem a desconfiança instalar-se, num lago fundo demais.
Dentro dos meus sonhos ainda mora o amor,
Assim como a minha alma.
Mas os tempos são de vivência,
De tristeza e de aprendizagem.
Que venha meu eu interior salvar-me.
Agora, num trono sem rei, me sento.
Vem, nas noites longas,
O sono ausentar-se,
A tristeza instalar-se.
Mas eu sei que todas as agruras irei superar.
Minha vida é feita de sustos,
De mensagens por entregar.
Sou mulher e sou, entre todas as minhas amigas,
A primeira de todas elas.
Não sinto, agora, a força que alguém,
Um dia, me roubou.
Mas vou voltar emergir, mais forte.
Disso estou certa.


AUTORA : JOAQUINA VIEIRA


MOMENTO DE ALMA - NASCIDA DAS CINZAS



Olho para um espelho e não me reconheço!
Não reconheço a pessoa que fui, desde que me lembro.
Aquela mulher decidida, desaparece na multidão.
Aquela que ri sem medo que outros a ouçam,
Aquela que chora às escondida para que ninguém a veja…
Já desapareceu.
Não sei para onde foi, não sei onde se escondeu.
Aquela mulher nascida das cinzas… sou eu.
Aquela que agora troça das adversidades,
Aquela que se escondia,
Já não a encontro,
Quando me vejo ao espelho.
Tu a fizeste desaparecer,
Tu a obrigaste a renascer
Apesar do teu esforço e da tua simpatia,
Ela conseguiu perceber o que o que estava escondido.
Olhava-me ao espelho e via-me diferente.
Envelhecida. Cansada. Diferente.
Hoje não.. Sinto-me renascida.
Para sempre.


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA


RIO DA ALMA - EU JÁ TE AMAVA



Antes e depois de todos os tempos,
Na profunda imensidade do vazio,
E a cada lágrima dos meus pensamentos,
Eu já te amava.
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita dos tempos
E, até, na região onde os silêncios moram,
Eu já te amava
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida,
E na dor que se veste, em segredo,
Eu já te amava.
Em tudo em que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam,
E em tudo em que ainda estás ausente,
Eu te amo.
Desde a criação das águas,
Desde a ideia do fogo,
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa,
Eu já te amava.
Desde a grande nebulosa
E, até, depois do Universo cair sobre mim,
Ternamente,
Eu já te amava.


AUTORA : JOAQUINA VIEIRA