A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday, 8 October 2011

NO CÉU DO TEU OLHAR


No dia em que te conheci,
Meus olhos verdes brilharam
Quando, em ti, se fixaram.
Minha vida, então, mudei,
Porque, perdida, me encantei
Pelo amor que, por fim, achei.
E só para te agradar,
Vesti-me da cor do linho
E, de fitas, me enfeitei.
Vi, no céu do teu olhar,
Sinais de ver ao longe,
Faíscas de noite escura
Mas que possuíam o brilho
Que anunciavam a aurora,
Que iluminavam o mundo.
Para, por mim, te prenderes,
Saltei no teu coração
E tomámos a direção
Do meu coração, acelerado,
Que nunca batera apressado.
Tu, meu amor inventado,
Eras o sonho realizado.
Se, meu corpo, por ti, vier a sofrer
Prefiro vê-lo, em fogueira, a arder.
Fogueira, de cinzas choradas,
Ainda mais quente que o Sol
E mais forte que o nascer.
Em ti me aquecerei
E me esquecerei de viver.
Eu, por ti, tudo farei
Até, a ti, alcançar.
Beberei o meu fel,
Aquele que já dei.
Meu corpo já chicoteado,
Por ondas desmesuradas,
A ti, to entregarei.
Além de meus olhos verdes, em pranto,
Também te darei meu sangue, minha raiva
E até te darei a minha mágoa.
E se não conseguir adormecer
Abalarei as minhas insónias
E cravarei espinhos, sem fim,
Até que repares em mim.
E para te provar quanto valho
E só para te poder agradar,
Construirei, para ti, cidades,
Pontes, portos e sonhos
E, por ti, me farei poeta.
E se nunca te encontrar,
No caminho que percorri,
É porque não és meu amor.
Não saberei, então,
Porque sofri, em vão.
Mas se tu existires
Porque será que me não viste?
No meu sonho elaborado,
Dentro do meu sonho ansiado
Estiveste, sempre, acordado.

POR JOAQUINA VIEIRA

08/10/2011

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