A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday, 9 April 2011

OUTONO




Outono!
Árvores despidas,
Troncos nus,
Folhas caídas
De corações, em hibernação.

Manhãs frias,
Raios de luz
Em noites vazias,
Céus cinzentos,
Recordam momentos.

Outono!
A chuva a cair,
E a natureza
Recomeça a dormir.
E a gente espera
Até vê-la acordar
Na próxima Primavera.

Então, manhãs floridas,
Começo de novas vidas.
Em dias risonhos
Irão aparecer
Novos sonhos.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - A PONTE





Lancei palavras ao ar.
Elas caíram, em monte.
O que eu queria, realmente,
Com elas construir,
Era uma ponte.
Uma ponte que unisse,
Que dissesse a Verdade,
Que desterrasse o Ódio,
Que libertasse a Liberdade.
Que esquecesse o Rancor,
Que pintasse a Alegria,
Que cantasse a Eternidade.
Que vencesse a Dor
Que beijasse a Felicidade.
Que gritasse o Amor
Que abrisse o Coração.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - NA MEMÓRIA DO TEMPO





Com momentos bem vividos
O tempo passou,
Em anos alargados.
Os espaços preenchidos,
Nas mãos dadas,
Em dias frios,
Em jardins despidos,
Em recantos solitários.
Em montanhas escarpadas,
Em glaciares gelados,
Em praias desertas.
A pé,
De mochila,
De automóvel,
De bicicleta.
O tempo passou,
Por uma fresta.
Tudo, tudo gravado
Na memória do tempo.
Que se faz urgente,
Num corpo cansado,
Também mutilado.
Por razões mil,
Vem, agora, o presente reclamar
Que não deixes de amar
Tua vida,
Teu furação
Ainda em ebulição.
Tempo,
Tempo dentro do tempo,
A ti quero dar:
Minhas mãos,
Meus braços,
Meu coração.
Enquanto ele palpitar.
Os anos! Que saudade!
Tudo ficou completado
Com maturidade.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - O MILAGRE DA VIDA

IMAGEM: NASA


Não tenho medo de ficar sozinha
Porque aprendi a gostar de mim mesma.
Percebi que só fracasso se desistir.
Percebi que o que conta é o que eu penso de mim.
Percebi que devo ter fé, na fé que tenho de mim.
Percebi que o sofrimento que a todos chega,
É uma oportunidade para me ajudar a crescer.
Percebi que a morte, que caberá a tudo e a todos,
Não é o fim, mas um recomeço de mim.
Percebi que o ódio que circula, desenfreado,
Não passa de uma consequência da ignorância.
Percebi que posso rir de mim mesma,
Para que também possa saber chorar.
Percebi que envelhecer, fase da vida que toca a alguns,
Significa sabedoria acumulada no acumular dos dias.
Percebi que ninguém me consegue ferir,
Sem meu consentimento.
Percebi que não existe escuridão sob a luz das estrelas.
Percebi que as mudanças, o tempero da vida,
Não interferem com meus sentimentos.
Percebi que tenho, em mim, um manancial de coragem
Para enfrentar todos os obstáculos.
Percebi que a esperança nunca morre,
Se amarmos as espantos da vida,
Se nos encantarmos com uma criança.
Percebi que não devo temer o amor incondicional
Que devo manifestar pelo milagre da vida,
Por quem o julgar merecer,
Por mim mesma.

Por: Joaquina Vieira

09/04/2011

MOMENTO DE ALMA - PERTENÇO AO UNIVERSO



As flores abrem-se, para mim,
E sorriem para quem passa.
Repartem os seus aromas,
Libertam-se nas asas
Do cavalo branco, alado.
Daqui sinto os seus odores,
Vejo os telhados de Lisboa,
Olho outros olhares.
Circulo pela cidade,
Cuidando meus passos.
O Sol, vindo no espaço sideral,
À minha mente vem bater.
Desperta palavras solenes,
Sorrisos espontâneos,
Coisas banais.
Dentro de mim bate um coração, a compasso,
Onde nascem os laços
Que aqui me vêm prender.
É uma melodia a vibrar!
Sobrepõe-se aos acordes da guitarra a chorar.
Multicolores são meus desejos, ao festejar.
Criei meus dias coloridos, dentro do nada.
Pertenço ao Universo
Onde me consigo situar.
Cruzam-se comigo mentes escravizadas,
Olhos postos no chão, pelo nada.
Sou pedaço dos restos de uma estrela cadente…
Campos expressivos abrem a estação,
Como a alegria que brota de meu coração.
Como um  sopro de alento
Vêm os dias aquecer o meu corpo
De caneta em riste, meu braço abraça
Prosa e poesia.
É como que algo que me toca à mente,
Que faz com que esteja presente.
Mesmo que o verso não rime,
Não sou triste. Não?
Sou apenas consciente
Da minha própria decisão.
Passeio-me por espaços vazios
Onde ninguém quer entrar.
Aqui, sentada, eu ponho-me a filosofar.
Sou um ser solitário,
Como solitária é minha mente.
Tudo para trás irei deixar.
Para ser livre, eternamente.

Por: Joaquina Vieira

6/03/2011