A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Monday 25 July 2011

MIRAGENS



Entro em miragens,
Onde encontro imagens
Que, dentro do meu peito,
Se debatem, sem jeito.
Aquietam-se, finalmente,
Na minha angústia latente,
Onde não entra mais gente.
A tormenta que, de mansinho,
Em meu peito bate
E, até doer, me arrebata.
Nela construí meu ninho,
Dentro do tempo, caminho.
As folhas soltas, as ato,
E alinhavo os cadernos
Do livro do sonho eterno.
No meu universo criado,
Planto flores de jasmim.
Juntam-se flores do prado,
Às flores do meu jardim.
Fios de cordel se soltam,
Numa tristeza sem fim.
Batem-se, chorando por mim,
Em lutas que, sempre, voltam.

Por: Joaquina Vieira

 12/01/2011

POETISA


Ser poetisa é,
Descrever a dor e a cor.
É ser beijada pela brisa
Com palavras e magia.
É bendizer o amor
E querer ser gente,
Vivendo à luz do dia.
É adormecer no desconhecido
E acordar na madrugada,
Sentindo-se tudo,
Sabendo-se nada.
É descrever, simplesmente,
Os feitos de outra gente.
É, simplesmente, a escrita amar
E de tudo e sobre nada, falar.
É ser alma incandescente,
Em palavras de fogo,
Sem pensar….
Sou quem sonha, um dia,
Vir a amar…
O Universo…
Que, de mim, faz presente.
Não vou permitir mediação,
Com o passado…
Vou esperar, ansiosa,
Minha essência….
Ser poetisa,
É ser livre de correntes,
Quebrar o medo, mantendo a calma.
É lançar ao vento, vozes descontentes
Para, em seguida, levantar a alma.
É ser flor, é ser ave,
Ser borboleta e ser Lua.
É ser Sol, na bruma,
Dançando e tocando,
A mais amena melodia.
Ser poetisa é cair,
Perdidamente apaixonada.
É ser louca, parindo a dor,
Tendo, no mundo, o coração quebrado
E curá-lo com letras de amor.
Ser poetisa é ser matriz!
É nascer de novo
E dar à alma, liberdade, sem medo.
É, do grão, fazer searas, para o povo.
É guardar todos os seus segredos.
Ser poetisa é tocar a mão de Deus,
Ser uma luz na escuridão.
É nunca dizer adeus,
É repartir o coração.

Por: Joaquina Vieira

13/07/2011