A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Sunday, 3 April 2011

MOMENTO DE ALMA - ROSA BRANCA


Rosa branca, rosa lamento,
Meu banho de frescura.
Em cada manhã me invento,
Ao te beijar, com ternura

Rosa branca, rosa canto,
Na cor tens a beleza.
É por ti que me levanto
Em manhãs de tristeza.

Rosa branca, rosa bela
De neve é a tua cor
És aquela caravela
Onde embarco no amor

Rosa branca, rosa tanta
Teu odor meu corpo inebria
A minha alma se encanta
Ao te ver, ao nasce r do dia.

Rosa branca, rosa triste
De perfume embriagante
Nas leiras em que serviste
Decoraste o doce instante

Por: Joaquina Vieira

24/03/2011

O RIO DA ALMA - CHUVA MUIDINHA



Cai, cai, chuva miudinha,
Molha meus caracóis por pentear,
Meus caminhos por desbravar.
Molha a terra seca
Ainda por semear.
Molhas os passeios,
Para as pessoas alheias.
Lavas toda a maldade
Que suja esta humanidade.
Abraça meus passos,
Molha meu rosto sem destino,
Mostra-me o meu caminho.
Molha este dia cinzento,
Molha também o vento.
Vais desaguar na terra
Nos teus lençóis de água.
Adormece, de mansinho,
Em tua cama profunda.
Em lago te transformarás.
Molha o campo, o jardim
E deixa que te esqueça, o mundo.
Uma gota tua me vem beijar.
Quero estar contigo, passear,
Num passeio à beira-mar.
Virá, então, o Verão
E, todos, de chamarão.
Cai, cai, chuva miudinha,
Molha a terra e meus caminhos.

Por: Joaquina Vieira


08/03/02011

RIOS DA ALMA - EMPALECIDA ILUSÃO



Nas minhas entranhasse se escondem
Pensamentos sombrios, ardentes.
No vazio de ti, entra minha mente…
No destino cruzado,
Onde se cruzam as vidas,
Sempre estás na minha estrada,
Na que, contigo, percorri.
Hoje, mais distante,
Passada a vida excitante,
Em meu pensar, dormes tu.
Sonhos, de nós, se ausentaram
Na idade que se instalou.
Minha ansiedade de saber
Se, de mim, sempre gostaste.
A razão baila, no teu rosto inocente.
Tu me olhas, pelas entranhas adentro.
Meus olhos te olham!
Meu coração te sente!
Beleza que em mim se eleva
No meio de tanta dureza.
Já me faltam os argumentos,
Para justificar meu sentir.
Entra, em mim, meu cansaço,
Numa manta de retalhos,
Onde colei teus recados.
Empalecida doce ilusão,
Ao entregar minha paixão.
Ela se evaporou, faminta,
Por entre a multidão pedinte.
Na minha cama engomada,
Agora vazia de nada,
Mas, com cheiro a carmim,
Repousam teus braços,
Enrolados em mim.
Sinto, lá longe, teu bálsamo,
Tua energia quente,
Aquela forma de entrega,
Onde tudo é esquecido.
Só nós estamos presentes.

Por: Joaquina Vieira

23/03/2011