A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Friday, 27 April 2012

PENSO E SINTO...



Sei que sinto e que penso
Mas penso que não sei o que sinto.
E sinto, por não saber o que penso,
E por desconhecer aonde pertenço.
E me pergunto, ao sentir-me,
Que faço eu aqui, a pensar?
E o meu coração se lamenta
Sozinho, na multidão.
Sente e pensa no meu lamento.
Meu corpo e minha mente,
Saberão aonde pertenço?
Sinto e penso, para encontrar o sentido,
Do que penso que sinto, ao pensar.
Num turbilhão de contradições,
Penso no meu jeito de pensar.
Algures, nas estrelas, está o meu sentir.
E clamo, para a tempestade, para o Sol,
Para todos os elementos de que sou parte.
Que me levem, no seu pensar,
Bem para longe deste sentir.
Grito, sem gritar,
Falo, sem me ouvirem.
Choro no meu lamento,
Para o vento,
Para as multidões que passam, ausentes,
E que nem reparam no meu lamento.
Em silêncio, admiro as pedras da rua
Que, também elas, se lamentam, baixinho.
E assim me encontro, sozinha,
Lamentando-me do meu lamento.
Na solidão da vida subo e desço,
Ora rindo, ora chorando, 
Ora me lamentando.
E me encontro, sozinha,
No lamento do meu sentir.
E na partilha do meu lamento,
É na caneta mágica que encontro,
Um desabafo para o meu sentir.
E a realidade sentida
É parte do meu lamento.
Nele vivo e me realizo.
É com ele que sonho, de dia,
É ele que me conforta, na noite.
Procuro encontrar nos meus sonhos,
O sentido do meu lamento.

Autora: Joaquina

20/04/2012