Que uma brecha se abra,
Para que entre a razão.
Retirai-vos, lobos
raivosos,
Alcateia de mentirosos,
Embaraçando a Nação.
Vós que passeais,
eufóricos,
Encharcados em
narcóticos,
Numa teia de neuróticos,
Nem vedes, lobos
danados,
Que aqueles ao chão
lançados,
Por vossos crimes dilacerados,
Numa alvorada, vos
caçarão.
Levantai-vos, gente
pacífica,
Experimentai a vossa
força,
Escorraçando os vossos
lobos.
Porque vos comem as
entranhas
Entre roubos e
patranhas,
No sofrer de cada dia.
Usai de igual aleivosia
E fazei-lhes, já, uma espera,
Enjaulando a besta, a
fera.
Que se liberte o meu
povo
Dessa desastrosa utopia
Que sua mente inebria.
A gente que vos amansa
É farta de cobardia,
É fraca de temperança.
Erguei o vosso escudo,
Hasteai o vosso
estandarte.
A terra que vós pisais
Já pisaram os vossos
pais.
As lágrimas que vós
deitais
Porque são inúteis
generais?
São lágrimas que desbaratais.
Porque vosso coração
compassado,
Não arde de raiva, pela perfídia?
Forjais vossas
ferramentas
E erguei o vosso altar.
Lutai com a arte de
vossas mãos,
Com a força da vossa
razão,
Para que os lobos não
uivem mais.
Se vos unirdes, em
comunhão,
Expulsareis os consentidos bandidos
Que, para sempre, serão
banidos.
Picai-os com as vossas
lanças
E deixai o sangue escorrer,
Livremente, de suas
veias.
Deponham os vossos
tiranos,
Aqueles que vos
saqueiam
E que vos roubam até o
pão.
Pensai em vossos filhos
Porque, um dia, eles
chorarão.
Que ireis então fazer,
Quando os virdes morrer?
Quando lhes faltar a
esperança,
Vereis lágrimas da
criança
Que, desesperada, com
fome,
Fechará o seu coração.
E será culpa de quem?
Dos pais acomodados,
Em suas poltronas sentados,
Esperando que a crise
passe.
Mas ela se vai
infiltrando
E vossos lares vai
minando.
De bastião em bastião
Arrastará, pela rédea,
O povo que é o seu alvo.
Na revolta que me
tortura,
Faço este hino de
amargura
Que é um apelo à Nação.
Não lhes basta o que vos
tiram.
Querem ainda o vosso
coração,
Contundido pela
desgraça,
Que ostentarão como
troféu.
Porque permaneceis
pasmados,
No tempo que passa,
parados.
Forçai as entradas,
trancadas,
E levantai a vossa
razão.
O povo é raça, o povo é
a força
Que pode mudar uma
Nação.
Autora: Joaquina Vieira
05/12/2012