No dia em que te conheci,
Meus olhos verdes
brilharam
Quando, em ti, se
fixaram.
Minha vida, então, mudei,
Porque, perdida, me
encantei
Pelo amor que, por fim,
achei.
E só para te agradar,
Vesti-me da cor do linho
E, de fitas, me enfeitei.
Vi, no céu do teu olhar,
Sinais de ver ao longe,
Faíscas de noite escura
Mas que possuíam o
brilho
Que anunciavam a aurora,
Que iluminavam o mundo.
Para, por mim, te prenderes,
Saltei no teu coração
E tomámos a direção
Do meu coração,
acelerado,
Que nunca batera
apressado.
Tu, meu amor inventado,
Eras o sonho realizado.
Se, meu corpo, por ti,
vier a sofrer
Prefiro vê-lo, em
fogueira, a arder.
Fogueira, de cinzas
choradas,
Ainda mais quente que o
Sol
E mais forte que o
nascer.
Em ti me aquecerei
E me esquecerei de viver.
Eu, por ti, tudo farei
Até, a ti, alcançar.
Beberei o meu fel,
Aquele que já dei.
Meu corpo já chicoteado,
Por ondas desmesuradas,
A ti, to entregarei.
Além de meus olhos
verdes, em pranto,
Também te darei meu
sangue, minha raiva
E até te darei a minha
mágoa.
E se não conseguir
adormecer
Abalarei as minhas
insónias
E cravarei espinhos, sem
fim,
Até que repares em mim.
E para te provar quanto
valho
E só para te poder
agradar,
Construirei, para ti,
cidades,
Pontes, portos e sonhos
E, por ti, me farei
poeta.
E se nunca te encontrar,
No caminho que percorri,
É porque não és meu amor.
Não saberei, então,
Porque sofri, em vão.
Mas se tu existires
Porque será que me não
viste?
No meu sonho elaborado,
Dentro do meu sonho
ansiado
Estiveste, sempre,
acordado.
POR JOAQUINA VIEIRA
08/10/2011