Corriam, mansos cavalos,
Nas pradarias do amanhecer.
Eu, na minha cama, sonhava.
Com meu vestido novo, dançava.
Eram grandes as separações
Que desuniam meus passos.
Entre paredes fechadas,
Dormia, agasalhada.
Os uivos dos lobos,
Na noite, famintos,
Pela minha janela entravam.
Seria sonho, seria realidade?
Navegava, entre ondas,
Nas vagas, sonhava!
Veio, então, o escuro
Encobrir os meus laços.
Veio, depois, a tempestade
Banhar a vidraça.
Chegaram as ondas do mar
Com sonhos de madrugada.
Teria, eu, que repousar,
Sobre as vagas do mar,
Entre o sono e o sorrir.
Assim nascem sonhos
Em ondas de fantasia.
Entre o mar e a maresia
Se desfaz a minha utopia.
O escuro ocupou o meu espaço
E o silêncio que me invadiu,
Na tormenta, me sufocou.
Acendi a luz e vi as horas.
No espelho descobri
O meu esqueleto, deitado.
Foi, então, que entendi
O meu sonho, alucinado.
Depois, o espelho partiu-se
E, no quarto, nada mais vi.
Restavam, apenas, sombras.
Torci o meu corpo, atormentado,
Que me recordava fantasmas.
E a janela se encolheu,
Entre sombras, libertada.
Libertada nos horizontes.
Veio, por fim, o vácuo,
Habitar o meu quarto.
POR JOAQUINA VIEIRA
08/10/2011
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