A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 20 August 2011

ENCONTRO MARCADO


E eu, aqui, desamparada,
Distante, não conformada,
Em descontentamento de impotência
Que entra em minhas entranhas
E fere meus sentimentos.
Eu só aspiro proteger
Esse outro ser que espero.
Riscos de desespero!
Horas, a dois, passadas,
Sem conta, cheias de apelos,
Crispadas de saudade.
Quando ele está presente
E pressinto a alma rasgada,
Seu corpo dá o sinal
De sua mente em turbilhão.
E nada há que o contente.
Mas se ele está ausente,
Outros sentimentos desperta.
Temos encontro marcado
Dentro da nossa balsa,
Em mar revolto, inquietado.
Enquanto o meu pensamento,
Com o dele, está a meditar,
O seu mal-estar fundeia.
É cavalo forte, selvagem,
Em seus atos de bravura.
Nunca lhe faltou a coragem
Mas, neste difícil momento,
Aparenta estar sitiado,
Nesta sala de espera, impaciente,
Aguardando um diagnóstico.
Terá o peito a estoirar,
Eu sei, porque entendo
O ser inconformado que ele é.
Ele é o meu anjo da guarda!

Mas também o meu menino
Que, do meu colo, carece.
Quando as defesas o abandonam
Ameaça ruir, desmoronar-se.
Quando muros o cercam
E eu o posso encontrar,
Com um abraço de emoção
Ele entra em ação
E dá ouvidos à razão.
Ficarei, por aqui, sentada
Até que dele tenha sinal,
Até que, comigo, venha ter.
Assim se fazem encontros
Sejam de amor ou não.
Com o coração palpitante,
Fácil é perder a razão.
Mas não é hoje, eu sei,
Hoje não é esse dia.
E quando, para mim, voltar
Um abraço me irá dar.
Será de alegria e felicidade,
De esperança renascida.

Por: Joaquina Vieira
 12/07/2011

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