Vem comigo, João,
Vamos dançar o tango.
Ainda que não saibas dançar,
Deixa-te, por mim, levar.
Mexe os pés, depois as ancas,
Abana o corpo e a cabeça,
Como na dança do ventre.
Teus olhos fixos nos meus
Esquece o resto,no balanço,
Bastando que entres na dança.
Confia em mim, como sempre,
Que sei poder-te levar
Pelo salão da vida, rodopiando,
Ao meu corpo, ancorado,
De mente vazia, apenas.
Basta só confiares no tango,
Sentindo seus movimentos
Que falam de sentimentos.
Desejo que, só nós dois,
Nesta dança, os sintamos.
Nossas pernas entrelaçadas,
Como se estivéssemos
A construir nosso ninho.
Entrega-te, e ao teu corpo esguio,
Ao prazer do movimento,
E transforma-te noutro elemento.
Como o Universo te preza,
Na vida como na dança,
Tudo será claridade e esperança,
Bastando que te deixes guiar.
Em paz acabará nosso tango,
Há tanto tempo aguardado.
Nunca tenhas medo, João,
Que sempre te darei a mão.
Por Joaquina Vieira
20/08/2011
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