A CONDESSA SEM CHETA

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MY BOOK

Saturday, 20 August 2011

DESPIDOS, DE TUDO ...


É a peste que passa, a cavalo,
Em vales e prados verdejantes.
Combinaram-se os elementos,
Acercaram-se as trovoadas,
Chuvas, vendavais, fortes ventos.
Os humanos pediram clemência,
Quando tormentas afloraram,
Dentro das suas passagens
Onde se passeiam miragens.
Entre árvores e flores silvestres,
Onde nasce a natureza agreste.
Por ali já passou a peste,
Negra, vestida de cavaleiro.
Os alforges sem dinheiro,
Sob a manto, a espada,
Dizimando um povo inteiro.
No rescaldo, e na dianteira
Montada em seu corcel,
Passeou-se, desdenhosa,
E num esgar rendilhado,
Escorreu o mundo inteiro,
Como se não fosse nada.
Para trás ficou a escuridão,
Dos que não tiveram perdão.
Mas escaparam os algozes
Que, em sua lide frenética,
Percorreram todo o chão,
Para encontrarem o tostão.
Seguiram, de longe, a peste,
Decadentes e sem pressa.
Encontraram tesouros, em frestas,
Ignorando quem os teria largado.
Mas ressurgiu o cavaleiro
E voltou, a peste, a semear,
Dando-lhes a lição derradeira,
Derrubando-os para a trincheira,
Onde já jaziam guerreiros.
Tudo, para todos, findara.
Morreram, não levaram nada!
Despidos de tudo nasceram,
Carregados de nada se foram.

Por Joaquina Vieira

03/08/2011

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