A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Sunday, 8 April 2012

RIO DA ALMA - NUVEM QUE PASSA


A nuvem que se passeia, no céu,
O rio que desliza, entre margens,
A água que irrompe, da fonte,
A vida, a passar, esgotando-se.
O sangue que corre nas veias
E que, um dia, irá secar.
E a flor que se abre,
Ao pássaro, alegre, que canta.
Que canta porque encantado,
Com o formidável esplendor,
Com a extraordinária beleza,
Em que tudo se transforma,
Desde o alvorecer da natureza.
E a vida, cercada de dureza,
Busca águas mais calmas.
Onde se possa lavar,
E a luz do Sol e da Lua
Para se poder iluminar.
É neste caminho que a vida,
Procurando paz e harmonia,
Se reconhece parte de um todo,
Na sua plenitude e estatura.
E vidas, ao lado de tal beleza,
Porque mantêm os olhos fechados?
Eles nasceram para admirar,
Para procurarem um sentido.
Mas perdem-se no seu percurso,
Que, por vezes, é bem curto,
Porque na seiva da vida,
Nada puderam encontrar.
A vida é cega, surda e hipócrita
Porque, na ânsia de se encontrar,
Se vê, por vezes, sem sentido,
Mesmo o tendo à sua frente.
A água do rio que corre,
Vai cumprindo o seu caminho.
O caminho do seu sentido,
O seu verdadeiro caminho.
A vida tropeça, cai e revolta-se,
Por perder a orientação,
Por não achar o seu destino.
Mas, ao reencontrar-se, aceita-se,
Na sua pobreza e riqueza,
Humildade e grandeza.



Autora: Joaquina

08/04/2012