A nuvem que se passeia, no
céu,
O rio que desliza, entre
margens,
A água que irrompe, da
fonte,
A vida, a passar,
esgotando-se.
O sangue que corre nas
veias
E que, um dia, irá secar.
E a flor que se abre,
Ao pássaro, alegre, que
canta.
Que canta porque
encantado,
Com o formidável
esplendor,
Com a extraordinária
beleza,
Em que tudo se transforma,
Desde o alvorecer da
natureza.
E a vida, cercada de
dureza,
Busca águas mais calmas.
Onde se possa lavar,
E a luz do Sol e da Lua
Para se poder iluminar.
É neste caminho que a
vida,
Procurando paz e harmonia,
Se reconhece parte de um
todo,
Na sua plenitude e estatura.
E vidas, ao lado de tal
beleza,
Porque mantêm os olhos
fechados?
Eles nasceram para admirar,
Para procurarem um
sentido.
Mas perdem-se no seu
percurso,
Que, por vezes, é bem
curto,
Porque na seiva da vida,
Nada puderam encontrar.
A vida é cega, surda e
hipócrita
Porque, na ânsia de se
encontrar,
Se vê, por vezes, sem
sentido,
Mesmo o tendo à sua
frente.
A água do rio que corre,
Vai cumprindo o seu
caminho.
O caminho do seu sentido,
O seu verdadeiro caminho.
A vida tropeça, cai e revolta-se,
Por perder a orientação,
Por não achar o seu
destino.
Mas, ao reencontrar-se, aceita-se,
Na sua pobreza e riqueza,
Humildade e grandeza.
Autora: Joaquina
08/04/2012