A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Wednesday 4 July 2012

TEMPOS DA ALMA - PALAVRAS AO VENTO





Queria dizer-te tanta coisa...
Mas já não há tempo para me ouvires...
Não vou dizer mais palavras.
Palavras que se perdem no vento...
Quero dizer-te que sempre estive contigo,
Que sempre fui tua amiga, tua companheira,
A tua namorada, para te apoiar e te ajudar,
Sempre, a qualquer momento;
Que, com carinho, amor, confiança e respeito,
Sempre acreditarei em ti.
Hoje, sinto-me menos feliz do que algum tempo atrás!
Sinto que,  a cada dia que passa,
Te afastam mais de mim. Ainda assim,
Estarás, todo o dia, no meu pensamento.
Estarás presente em muitos dos meus sonhos.
Neles me sinto, sempre, protegida do mundo.
Como em teus braços, onde sempre me refugiei.
Quando acordar, vou sentir-me só. Desamparada.
Vejo que tudo não passou de um sonho.
Não te verei a meu lado.
Digo-te, agora, o que penso.
Contigo, já me senti no paraíso.
Tu eras o meu porto, seguro,
Onde eu ancorava e dormia, descansada.
Passei momentos mágicos a teu lado.
Mas a vida tem que continuar.
Enfim. Queria dizer-te QUE TE AMO.
Acredita. Tens que acreditar.
Agora, palavras são apenas palavras.
Como te vai interessar o que sinto por ti.
Chegará a tua vez de dirigires palavras ao vento.
As minhas são, apenas, lamentos.
Um dia, cairão no esquecimento.

Autora: Joaquina Vieira

Janeiro de 2011







RIO DA ALMA - GUERREIRO DAS MINHAS BATALHAS




Guerreiro das minhas batalhas,
Nos meus dias mais sombrios,
Quero ser a tua estrela guia.
Vem, amor, vem aos meus braços,
Que te farei companhia.
Descansa, a tua mente, em abraços
E livra teu corpo de embaraços.
Não quero ser, em ti, um espinho,
Mas sim a rosa do teu cheiro
Que, pela manhã, te acaricia.
As dores, ao teu corpo, infligidas,
Serão sempre antigas feridas,
De batalhas já esquecidas.
Quero ser o contraveneno
Que, de tudo, te alivia.
Vem, amor, vem comigo,
Caminha sempre a meu lado,
Que sou teu anjo da guarda.
Sentindo tua mente inquieta,
Também, a minha se agita.
Deixa que adormeça, em ti,
E que o tempo mantenha,
O laço que sempre existiu,
E meus olhos encharcados,
De minhas lágrimas sentidas,
Lágrimas derramadas por ti.
Pelo nó que me enlaça,
Quando estou juntinha a ti,
Vem amor, vem descansar,
Das tuas guerras mentais.
Sabes que não corres perigo,
Se pernoitas em meus braços.
Na tua existência desejo ser
O bálsamo para a tua ferida,
E anseio ser, sempre, também,
A tua mais fiel amiga.
Estarei sempre aninhada,
Na tua força, meu querido.
Que a vida nunca nos trace,
Pelo meio, outro caminho.
Quero sossegar teu coração
E limar as tuas feridas.
Tenho dias como os teus,
E alguns são tão sombrios.
Mas quando me abraças,
Entro noutra sintonia.
É em teus braços que encontro
A acalmia, ao adormecer.
Assim como, pela manhã,
Te dou todo o meu querer.
Vem amor, não desanimes,
Que desejo nossos laços manter.
E ainda que a fogueira se acenda
E todo o mundo comece a arder,
Não poderei mudar tua mente,
Mas poderei dar-te meus braços,
Onde tu e eu nos acalentemos.
Se tenho dias mal-humorados,
São fases de cruz e de vida.
Até os símios podem estar tristes.
E sendo, como sou, espiritual,
Tenho dias em que nada me contenta.
Não é culpa tua, é só a verdade!
A culpa não é só minha, também.
É que haverá seres, além,
Que controlam a minha vida.
Não te quero deixar ferido,
Seja com palavras ou actos.
Nossa vida é um compromisso que,
Até ao fim, será mantido.


POR: JOAQUINA VIEIRA
22/10/2011

MOMENTOS DE ALMA - DO OUTRO LADO


























Do outro lado da vida,
Qual face oculta da Lua,
Na face, na minha face,
É a sombra, a rainha.
Planície ao vento,
Flores verdes, amarelas.
Com sua semente
É a luz, a soberana.
Do outro lado, na sombra,
Fica uma outra porta
Que dá para flores, mortas.
Vem a alma, silenciosa,
Num gesto ansioso,
Dançando ao vento.
Do outro lado, esquecidas,
Ficaram as palavras,
Em versos e frases perdidas,
Num livro que ninguém leu.
Paginas que jazem na sombra.
Até que, num rodopio
Que ninguém ousa ver,
Dançam mãos vazias.
Mãos que se riem,
Do gesto calculado.
Do outro lado, nas trevas,
Soam gritos infernais
De quem já viu demais,
Num mundo que é paralelo.
Ela, sempre esteve lá,
A porta, entreaberta,
Do outro lado da sombra,
Do outro lado da vida. 
Uma porta para espreitar
E para ver algo mais.
Para ver a luz, lá,
Onde ela é rainha.

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA