A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Thursday, 23 February 2012

RIOS DA ALMA – FUI TUDO


Já existi em abundância
E assumi ar consistente.
Já fui espada, apara tingida,
Já fui grito sufocado.
Sou aquilo que divulgo.
Já fui a lágrima no ar
E fui a estrela sombria.
E a palavra, entre letras,
E livro escrito. E inventado.
Dos guias já fui a luz.

Fui a ponte que se prolonga
Sobre todas as vocações.
Já fui percurso, águia ágil,
Já fui barco, já fui mar,
E a gota no aguaceiro.
Fui benévola e festim,
Já fui a espada na mão
E servi de escudo em batalha.
E fui a corda da harpa,
Disfarçada pelos anos.
Envolvi-me, entre a água,
E já fui espuma na bruma.
Já fui a esponja no fogo
E fui madeira no tufo.
Sou aquela que foi cantar,
Na batalha, entre as árvores,
Onde acabaram cavalos selvagens,
Nas pradarias de opulências,
Onde se contaram cabeças.
Batalha que foi travada,
Entre as árvores e a raiz.
Mas há uma outra batalha,
Entre o olho e o olhar.
Aparece a cobra, salpicada,
Causa do pecado original.
Foi o delito, condenou almas,
Em sua carne, atormentadas.
Existem ainda pastos e árvores
E também pássaros cantando.
E chega um apelo do Criador,
A todos os mártires, por amor.
Até que chegue o instante
De habitarem o eterno momento,
Que alivie todos aqueles
A quem Ele possa atender.

AUTORA : JOAQUINA  VIEIRA