A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Monday 8 August 2011

MOMENTO DE ALMA - ASSIM SOU



Assim sou,
Na poesia do verbo amar.
Assim quero pensar
Num poema de acalento.
Em locuções que excitem o vento
E impulsionem as minhas asas
 Para que eu possa voar.
Assim vou!
Vou pintar sentimentos e anseios.
Assim faço!
         Faço luz na voz que quer ser delicadeza,
Impregnando-a de cintilantes misturas.
Pinturas de pintar a força
Com matizes pictóricos.
Quimera e ensejos.
As sentenças escapam-se!
Fantasiam as ideias.
Ilusão apetecível.
Alusão profunda de tramas.
Sobreviventes de reminiscências.
Das cinzas se perfilhem.
Então, vou partir!
Vou… sou… somos…
Na aguarela,
As nossas lembranças cravam.
Para não permitirem
Que nossos sonhos nos destruam.

POR: JOAQUINA VIEIRA

8/8/2011

MOMENTO DE ALMA - LÁGRIMAS PERDIDAS



Choro lágrimas que ninguém vê.
Pelas crianças abandonadas,
Maltratadas e violadas.
Pelos muros da noite que se erguem
Onde rosas deveriam nascer.
Ninguém repara em mim,
Nem mesmo quando rio.
Nem quando o Sol me queima a vida,
Levando-a para o exílio.
Choro os cadáveres que ninguém reclama.
Choro pelas almas enterradas na lama,
Ou dentro de poços
Cobertos pelo lodo.
Choro para que as estrelas desçam,
Arrependidas de mim, do céu.
Que se atrevam a enviar-me um sorriso
E que nas mãos dos desafortunados,
Deixem cair um pouco de esperança.
Choro da carne por vestir.
Nem que tudo não passe de uma ilusão,
Choro pela ignóbil e impune humilhação.
Aquela que é infligida, dissimulada,
Às mulheres tombadas no chão.
Choro:
-Pelos vagabundos perdidos na imensidão;
-Pelo silêncio dos inocentes;
-Pelos animais abatidos;
-Pelas minhas lágrimas caídas.
Mas não choro por mim!
Eu já não quero as lágrimas,
Nem das de quem por mim diz chorar.
Quero ficar por aqui,
Com sonhos, cardos, insónias.
Nesta dor enternecida eu choro.
Choro, em segredo, pelos outros.
Espero que chegue aquele dia
Em que meu coração estoire.
Num dia de tamanha alegria,
Minhas lágrimas serão catástrofes
De pedra, incendiadas,
Quando escorrerem
Em todas as faces do mundo.

POR: JOAQUINA VIEIRA

8/08/2011

RIO DA ALMA - AS ESTRELAS DO MEU CÉU




Morre o dia, nasce a noite
Trazendo sóis vivos, distantes,
E planetas vizinhos, brilhantes.
Renasço eu e o relento
Em minha visão plana, serena,
No imenso céu constelado.
Aninho-me na escuridão,
Harmoniosa até à exaustão.
E há pontos mais salientes
Que de tão flamantes e diferentes,
Me enlevam e me encaminham.
E o pensamento parte, de mim,
Para as estrelas que brilham,
De brilhar ainda não esquecidas,
No tempo que já esqueceram.
Mas a eternidade de seu brilho
Mostra a perenidade do meu trilho.
Tudo em cima, nada ao lado,
E a noite escura, aguardada,
De Lua e estrelas salpicada.
Do céu, minha meta, iluminam
Campos de trigo por recolher
E que na brisa me arrolam
Neste mundo negro, brilhante,
Formidável quimera, excitante.
E em meu rosto, os elementos
De esperança semeiam ventos.
Uma noite melhor sempre virá
E a esperança insiste e voltará.
Por mais escuro que em mim resida,
Irei despertar, um dia, renascida.
Eu sei!

Algo de novo me iluminará...

Por:  Joaquina Vieira

20/07/2011