Porque, outra, nunca tentara,
Nunca me perdi na minha estrada.
Um dia, repousava nela, cansada.
Foi então que um canto de pássaro
Vindo do silencioso infinito,
O meu ouvido tocou.
Por mim chamava e me mostrava
Outro caminho, outra jornada.
Nunca dera pela sua presença
Mas ela, aquela estrada,
Sempre ali estivera, parada.
Intrigada, caminhei-a,
Até me deter, esgotada.
Vigilantes, meus olhos abertos,
Numa floresta se detiveram.
À mercê do destino,
Desarmada, confiante,
Escutava os sons, os silêncios.
Com o coração desfraldado
E meus sentires alvoroçados,
A alma despertou-me desígnios.
Eu, viajante do tudo e do nada,
Percorria a minha traçada estrada.
Diante do mundo, ausentada,
Como ancora libertada,
Observava o Universo,
Do qual me sentia parte.
Até que meus pés me levaram.
Agora, tenho comigo uma dança,
Neste mundo de esperança.
Será eterna a minha mudança.
Por: Joaquina Vieira
10/03/2011