Meu físico em plena apatia,
Cria laços com o tempo.
Neste dia cinzento,
Onde dormem, ao relento, pessoas sem destino.
Eu, sentada, aconchego minha roupagem,
Como quem está de passagem.
É a monotonia o que trespassa a alma citadina.
São os agasalhos que esvoaçam na brisa fria.
São pessoas apressadas que se cruzam com semblante mudo.
Nestas horas e dias frios conforta ter um amigo.
Para trocar um olhar secreto.
Ver no outro os seus gestos.
Por vezes, um pensar errante,
Mãos que se movimentam.
Palavras que ficam paradas para lá do olhar.
A isto eu chamo intimidade.
É este sentir, presente na mesa do café, que me sustenta
A alma esguia e atenta, entre olhares e gente.
Leva-me a viver de maneira diferente.
Aqui sentados, frente a frente,
Cada qual no seu mundo, os dois estamos,
Em nossos mundos mentais, onde não entram os demais
Mas por onde passam, por vezes, muitos vendavais.
Por: Joaquina Vieira
23/12/2010
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