23/04/2005
Pobre é o que, dentro de si, nada sente.
Não é deste mundo. Nem do outro.
Todo aquele que está depositado
Vai morrer, adormecido, no seu leito.
Do infinito vem a esperança
Deste mundo o sofrimento.
Algures estará a liberdade do ser.
Aos deuses só peço que zelem por mim.
Solidão que entorpeces
Todos os que de ti não podem escapar.
Como surdos correm
E prendem-se no labirinto dos mitos.
De humanos, nada têm.
Mas massas se movem
No movimento do sofrimento.
E perdem-se. E revoltam-se.
Da ganância fizeram suas bandeiras
Da vida tudo perderam.
Não souberam reencontrar-se.
Nada encontraram. Nada deixaram
Neste espaço temporário
Que lhes foi concedido
Neste planeta vibrante.