A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Monday, 17 December 2012

LEITOS RASGADOS



A historia que vou contar,
Não tem nada de encantar.
Ela não trata do amor,
Sentimento estridente,
Que abana a razão
E aquece o coração,
Fala dos que tudo tiram,
Daqueles que nada dão.
Dos que tudo usurpam,
Até o teu misero pão.
O amor fugiu das fronteiras,
Das mentes mais malévolas.
E o amor que já desistiu,
Entre a mãe e o seu filho?
Entre eles sobrou um só fio,
Já no fio da navalha,
E nada há que lhes valha.
São tantos os que prometem
Procedimentos com amor,
Sem lhe conhecem o sabor!
Amor e felicidade,
Separados ou lado a lado,
Vestem-se de teimosia,
Em rompantes de alegria,
Em horas de nostalgia.
Quem vive, no momento,
Neste planeta sebento,
Que se deixe de ardis.
Já não existe conexão,
Entre o amor e a razão.
Porque tudo mudou de sentido,
Porque tudo é pesado e fingido.
E, dentro de escassos peitos,
Daqueles que ainda sonham,
Já se rasgaram leitos,
De desafecto e de sofrimento.
Pura languidez no amor,
Daquele que tudo promete,
Escondendo, sempre, a dor.
Amor, fragmentos de instantes,
Que passeiam, levemente,
Entre a lucidez e o ser.
Multidão de promessas,
Neste destino deserto,
Onde a abelha-mestra
Exerce o seu penacho.
Como nós, tem o poder,
Nas entranhas, a arder,
Por este sentir, tenebroso,
Onde o medo se esconde,
Entre as veias e a carne.
Virão, um dia, as larvas,
Preparar o seu banquete,
Enquanto nós, inertes,
Tudo deixaremos de ter,
Nada, passaremos a ser.
É que tudo já acabou,
Como o amor que debandou.
Tal como as palavras bem ditas,
Mas saídas sem fervor,
E que nos fazem crer no amor.
Sensação de mudos,
A que reina neste mundo.
Num bater de coração,
O tempo passou, em vão.
De raiva se enchem as palavras,
Por não sentirem o amor,
Nem o perfume das flores,
Que, presentes, estarão,
Dentro do nosso caixão.
Onde silhuetas pensantes
Se arrastarão, errantes,
Pisando o mesmo chão.
Até o tempo vai erodindo
A lápide onde constará,
Sempre, a palavra amor.
Que sempre se louvará,
Quer doa ou não.

Autora: Joaquina Vieira
17/12/2012

E MAIS UM NATAL CHEGA. AUTÓMATO. HIPÓCRITA. É QUANDO A VILANAGEM, MERGULHADA NA PODRIDÃO, OSTENTA A SUA OPULÊNCIA E QUANDO AS VÍTIMAS DOS VILÕES OS QUEREM IMITAR, GASTANDO O QUE NÃO TÊM. E CONSOMEM O QUE NÃO DEVIAM. E FICAM, AINDA, MAIS POBRES. MAIS NAS MÃOS DOS VILÕES. ASSIM SE CELEBRA O NASCIMENTO DE CRISTO. ATÉ ELE MESMO CHORARIA. TRISTE SEMENTEIRA. ABSURDA REALIDADE.