A historia que vou
contar,
Não tem nada de
encantar.
Ela não trata do amor,
Sentimento estridente,
Que abana a razão
E aquece o coração,
Fala dos que tudo tiram,
Daqueles que nada dão.
Dos que tudo usurpam,
Até o teu misero pão.
O amor fugiu das
fronteiras,
Das mentes mais
malévolas.
E o amor que já
desistiu,
Entre a mãe e o seu
filho?
Entre eles sobrou um só
fio,
Já no fio da navalha,
E nada há que lhes
valha.
São tantos os que
prometem
Procedimentos com amor,
Sem lhe conhecem o sabor!
Amor e felicidade,
Separados ou lado a
lado,
Vestem-se de teimosia,
Em rompantes de alegria,
Em horas de nostalgia.
Quem vive, no momento,
Neste planeta sebento,
Que se deixe de ardis.
Já não existe conexão,
Entre o amor e a razão.
Porque tudo mudou de
sentido,
Porque tudo é pesado e
fingido.
E, dentro de escassos
peitos,
Daqueles que ainda
sonham,
Já se rasgaram leitos,
De desafecto e de sofrimento.
Pura languidez no amor,
Daquele que tudo
promete,
Escondendo, sempre, a
dor.
Amor, fragmentos de instantes,
Que passeiam, levemente,
Entre a lucidez e o ser.
Multidão de promessas,
Neste destino deserto,
Onde a abelha-mestra
Exerce o seu penacho.
Como nós, tem o poder,
Nas entranhas, a arder,
Por este sentir,
tenebroso,
Onde o medo se esconde,
Entre as veias e a
carne.
Virão, um dia, as
larvas,
Preparar o seu banquete,
Enquanto nós, inertes,
Tudo deixaremos de ter,
Nada, passaremos a ser.
É que tudo já acabou,
Como o amor que
debandou.
Tal como as palavras bem
ditas,
Mas saídas sem fervor,
E que nos fazem crer no
amor.
Sensação de mudos,
A que reina neste mundo.
Num bater de coração,
O tempo passou, em vão.
De raiva se enchem as
palavras,
Por não sentirem o amor,
Nem o perfume das
flores,
Que, presentes, estarão,
Dentro do nosso caixão.
Onde silhuetas pensantes
Se arrastarão, errantes,
Pisando o mesmo chão.
Até o tempo vai erodindo
A lápide onde constará,
Sempre, a palavra amor.
Que sempre se louvará,
Quer doa ou não.
Autora: Joaquina Vieira
17/12/2012
E MAIS UM NATAL CHEGA. AUTÓMATO. HIPÓCRITA. É QUANDO A
VILANAGEM, MERGULHADA NA PODRIDÃO, OSTENTA A SUA OPULÊNCIA E QUANDO AS VÍTIMAS
DOS VILÕES OS QUEREM IMITAR, GASTANDO O QUE NÃO TÊM. E CONSOMEM O QUE NÃO
DEVIAM. E FICAM, AINDA, MAIS POBRES. MAIS NAS MÃOS DOS VILÕES. ASSIM SE CELEBRA
O NASCIMENTO DE CRISTO. ATÉ ELE MESMO CHORARIA. TRISTE SEMENTEIRA. ABSURDA
REALIDADE.