Vivo desconstrangida, neste mundo,
Porque tenho uma companheira
Que dá pelo nome de liberdade.
Queria que tu pudesses caber,
Fazer parte desse meu mundo.
Em vida recheada de aventuras,
Ainda me surpreendo contigo.
E penso em tudo o que aprendi
E recordo tanto do que vivi.
Questiono a minha consciência
Que alerta a minha mente.
E é o meu coração que sofre
De tanto me questionar
E por não encontrar o sentido
Para todo este pensar.
Quem dera poder acreditar
No que aceito como validado.
Mas quem me criou a mim
Foi, também, o teu criador.
Ai de mim, se me perco,
Se perco a noção do mundo.
Muitos passaram por aqui
E uns tantos se questionaram
Como eu me questiono.
No planeta, no Universo,
Procuro o meu endereço,
O que esqueci, na origem.
Caminho, meia perdida,
No labirinto da mente.
E navego, sem sentido,
Nas ondas do pensamento.
Tu, que me acompanhas
Na minha vida, consciente,
E que, de mim, fazes parte,
Também tu andas perdido.
Minha consciência está calma,
Mas ainda vou tropeçando.
Porque pouco há que faça sentido
Para caber no meu entendimento,
E me trazer contentamento.
Sinto, debaixo dos pés,
A realidade que me abana.
É ela que me recorda
Esta minha precária existência.
Mas, em ti me revejo
E penso na tua forma de estar.
Tua mente, inquieta,
Não te permite descansar.
Umas vezes esvoaças,
Por cima das altas montanhas,
Ou sobre as ondas dos mares,
Outras vezes, pareces explodir
E libertares lava de um vulcão,
Que julgava já extinto.
Tua missão, meu amigo,
É, simplesmente, meditar.
Eu procuro e não encontro
A paz para a minha alma.
E, neste mundo conturbado,
Eu, por vezes, perturbada,
Sinto-me desabitada,
Despojada, amargurada.
AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
09-02-2012