A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Thursday, 9 February 2012

DE ONDE VENHO?


Se não sou filha do acaso,
Então, de onde virei,
Porque foi que me geraram?
Trarei, comigo, registos, dados,
De um passado que desconheço.
Talvez seja, apenas, um dado
Jogado, numa mesa feita de estrelas.
Só sei que tudo o que sinto,
É algo que me transcende.
Meu equilíbrio vem, da certeza
Que disso tenho, ao questionar-me.
Se meu corpo já não me acompanha,
Minha mente está mais desperta,
Mais aberta como nunca.
Nesta existência precária,
Tão frágil como tão bela,
Eu me entendo com o criador.
Falo com ele, em silêncio.
Mas nada peço, nem suplico.
Fascino-me e acalmo-me
Com legados de outros,
Para me poder entender
E estar bem, comigo própria.
Tantos são os que passaram
Por este planeta assombroso.
Tão poucos, algo deixaram,
Dos outros, nada restou,
Uns e outros, não ficaram.
Mas o planeta continuou,
Esperando que outros venham,
E que deixem as suas marcas.
Ou que passem, sem deixar rasto,
Até que o planeta, ele mesmo,
Acabe, também, por partir.
Não sei o que sucederá,
Mas algo estará pensado.
E a soma de todas as marcas,
Que tantos nele deixaram,
Será, decerto, preservado,
E, por certo, será ajuntado,
Às marcas que outros deixaram,
Em planetas ignorados.
Irmãos nossos, no desconhecido,
Irmãos nossos, na criação.

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
09-02-2012

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