A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday, 4 June 2011

MOMENTO DE ALMA - DE MIM PARA TI



De mim para ti,
Sorrio

E afugento a noite escura.
Entrelaço os dedos
E escapam-se as sombras

De mim para ti,
Estrelas transformam-se em sóis.

De mim para ti,
O silêncio que as linhas das minhas mãos permitem.

De mim para ti,
Lá fora,
No espaço que nos desenha a alma,
Um rouxinol, cantarolando,
Salpica, de cores, a madrugada.

De mim para ti,
O som de uma harpa na noite escura,
Desenhando recantos iluminados.

De mim para ti,
O cansaço do olhar
Que permite
O sonho aconchegado,
Partilhado que,

De mim para ti,
Nos devolve ao infinito.

Por: Joaquina Vieira

04/06/2011

MOMENTO DE ALMA - ANSIANDO AS MADRUGADAS




É a felicidade que chega,
Na porta entreaberta ao frio,
No escorrer gelado das lágrimas
Que, do fogo passado,
Realizaram profecias.

É, ainda, o arrepio na madrugada
E a chegada, nunca antes anunciada,
Daquela pequenina estrada,
Nunca vista,
Qual erva na borda do caminho.
O ombro desconhecido,
O vulto amigo, pressentido.

Visto-me dela
E caminho.
Dispo-me dela
E retorno ao caminho.

Pequenina estrada
És o único sentido.

Sigo-te, de olhos cegos,
Com mil sentidos despertos.
Preencho-me, de nada,
Ansiando as madrugadas.

POR: JOAQUINA VIEIRA

04/06/2011

MOMENTO DE ALMA - O POEMA É





O POEMA É
Um sentimento abstracto,
Um conjunto de palavras
Que podem ou não rimar.
Um combinado de olhares,
Aquela magia de sensibilidade
Por entre descobrimentos,
Quando se deixa o coração falar.

O POEMA É
O grito que sufoca
Quando preso a um corpo
Onde a fúria espreita
E a alma se exercita.

O POEMA É
O mundo aplacado,
Preso a uma voz sem fundo,
Onde o poeta está apaziguado
Na essência do mundo.

O POEMA É
O sentimento inocente,
Bandoleiro, salteador.
Quando, preso ao presente,
Liberta o passado e a dor

O POEMA É
O Homem em criatividade.
Quando invento o poema,
Na sua alma debilitada,
Cura-se o constrangimento.

O POEMA É
A alma que o chora
Quando o silêncio se acalma.
É como esmurrar uma parede,
É como o gritar do âmago.

O POEMA É
Querer o homem sentir a dor,
Sentir os versos da caneta,
Quando passa pelo vento.
É chorar até asfixiar a mente.

POR: JOAQUINA VIEIRA


2011-02-16

MOMENTO DE ALMA - EM MEU TRONO ME SENTAREI





Venha o que vier,
Um dia me irão levar.
Ninguém vai querer saber
Para onde quero ir.
Mas, nesse dia, mando eu,
Vou escolher, por mim.
Ficarei feliz ao ver
Outros a rirem-se, com prazer.
Estarei já a salvo,
Embora pensem que não.
Abrirei a porta do meu coração.
Algures, na minha mente,
Vou querer entrar e poder ficar.
Vou ver e ouvir
O que de mim estão a pensar.
Serei eu, não eles,
Quem vai decidir
O que, comigo, vou levar.
Quero, deste mundo, levar a beleza
E deixar para trás a tristeza.
Em meu trono me sentarei
E olharei em meu redor.
Rirei, com graça, sem desdém.
Seja o que for que vá encontrar,
Acredito que aí será o meu lugar.
Terei pena de alguns,
Se tiverem pena de mim.
Então, irei rir-me.
Sim!

Por: Joaquina Vieira


04/06/2011