A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 20 August 2011

EM TUA FONTE, BEBI.


Em ti me escondi,
Dentro de ti me refúgio.
Na tua sombra esqueci
Memorias, por mim, perdidas.
Foi na tua sombra
Que mergulhei minha vida
E onde, do calor, me protegi.
Foi em tua fonte que bebi.
Esperavam-me, teus braços abertos,
Eles já esperavam por mim.
Eu, mulher sorrateira,
Em tua claridade entrei,
Em minha mesa te saciei,
Em minha cama te deitei
E, teu corpo, cheirei.
Então, irrompeu a doçura
Do ser pleno de ternura que,
Bondoso, me sorria.
Bebemos da mesma fonte
Enquanto eu abria asas,
Dentro da sua sombra.
E  recebeu, no seu abrigo,
Outro ser, que viria a ser,
A sua estrela guia.
E, para trás, me deixou
Porque tomou ela o meu lugar.
Na sua sombra, frondosa,
Também ela se protegeu.
E o ser minúsculo que cresceu
É, hoje, a sua estrela, formosa.
Em momentos de agonia,
Então nela pensa e ela o guia.
Até aqui nos protegeu e,
Agora e para sempre, ansiamos
Sua presença em nossa vida.
A sua sombra, majestosa,
Foi ela que me deu o mote
E também a inspiração,
Para lhe lembrar que nós,
Eu e minha filha,
Somos a sua aspiração.
Criou o seu caminho,
Desenhou a sua casa,
Para que nós coubéssemos.
Partilhamos a sua vida.
Que nunca lhe falte a sombra,
A que sempre nos protegeu.
Nós, as duas, te guiaremos,
De mãos dadas,
 À sombra da vida,
Até à eternidade do amor.


POR JOAQUINA VIEIRA

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