A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Tuesday, 19 June 2012

RIOS DA ALMA – A PAUTA DA CRIAÇÃO


Esvoaça, cruza o Cosmos,
Planando por entre as estrelas.
Mas cuida-te, não te prendas,
Nas malhas dos teus segredos.
É que ao Universo clemente
Te poderás confessar
E nele poderás confiar!
Mas aqui, a esta vigente Terra,
A que te veio a calhar,
Nada poderás contar.
A ela tu não pertences,
Embora te dê o alimento
E nela te tivesses criado.
É que tantos dos seus elementos
Se juntaram para te moldar
E plasmar o corpo que tens,
Imbuído de energia,
Para que te pudesses chefiar.
Usa-os tu como instrumentos,
Para seres, também, criador.
Mas algo há, o princípio,
Que a Terra te não deu.
Foi o sopro da vida!
Vida que vem de longe,
Do Céu, do azul celeste,
Onde comandam os guias
Que, atentos, te observam.
Apesar dos desgostos que te esperam,
Nos desafios que tem a vida,
Tudo seguirá a contento se,
O corpo com que te vestes,
De muito não se vier a queixar.
E, um dia, como sempre aconteceu,
Virá lá de cima, muito do alto,
Quem, deste planeta sofrido,
Te irá pôr um fim, levar-te.
E voltarás a ser, somente,
Aquela luzinha brilhante,
A tantas outras semelhante.
Serás mais um ponto no céu!
Vieste aqui experimentar
E estás aqui para pagar
E também para sofrer
A mais cruel de todas as dores.
E para provares o amor
Que te poderá reconfortar.
Também tens, inato em ti,
Uma tal aptidão interior,
Que pode mover montanhas,
Que pode transformar o mundo.
Se utilizares os teus talentos,
Dons que formam o teu dote,
As coragens com que nasceste,
Poderás ser aqui na Terra,
A guia, a estrela cadente,
A mais brilhante e diferente.
E darás a luz aos cegos
E percepção aos eruditos.
Aos pobres doarás o pão,
Como darás a tua mão,
Cheia de amor desapegado,
Aos que caíram vergados,
Pela mais profunda desdita.
Olha para ti e desperta
Porque és um ser perfeito
Com o engenho de que dispões.
Tudo queres e tudo podes
E te sentirás luminoso.
É que ser-se um ser humano,
Não é coisa fácil de ser.
E quão difícil é de entenderes
O que vieste cá fazer.
Porque te aconteceu seres,
O ser humano que és?
Terás de dar o teu melhor
Que para isso te criaram,
Que para isso nasceste.
São tantas as interrogações
Que assolam a tua mente
Tão inconstante e inquieta.
Mas assim se quer a mente!
Mas escuta a tua alma
Que sempre estará alerta.
Escutarás os seus sinais
Que são para ti enviados,
Pelos teus guias superiores.
Sendo assim, não te aquietes,
Nem te vejas um desertor,
Um fraco, um desistente
Que rasgou a pauta da criação,
A pauta da resistência.
Tudo o que tens te foi dado,
Foi de graça, foi uma graça,
Concedida por amor.
Para a poderes partilhar
E para saberes resistir.
Que saibas aqui estar,
Assim, como deves ser.
Que saibas, enfim, agradecer,
Seres dignos do criador.

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA


19/6/2012