Achara-te, num dia frio,
Quando não havia Sol,
Quando não havia tento.
Soltei-te, num deserto,
Onde não havia gente,
Onde não havia alma.
Para que fosses livre.
Estavas, tu, ausente,
Minha folha caída,
À deriva, no vento.
Tombada, amachucada,
Tu, minha folha caída,
Vítima do tempo,
Qual cata-vento.
Veio a tempestade, agitada,
Agravar o teu sofrimento.
Despegaras-te do teu meio.
Deambulavas, sem Norte,
Sem casa nem beira.
Tua alma, sem abrigo,
Perdera-se no caminho.
Agora, porque és livre,
Se quiseres regressar,
Meu peito, teu ninho,
Vai poder abrigar-te.
AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
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