Eu, que me procuro a mim mesma,
Não sei por onde anda o meu amor!
Partiram-lhe as asas, andará ferido.
É tal o meu desencanto,
Que até eu me espanto,
De tal mágoa me atingir.
Meu coração partiu-se,
Em mil estilhaços,
Que não sei o que faça
Para acalmar minha dor.
Vou tentar consertar os pedaços,
Com eles farei uma manta de retalhos,
Para esconder todo o meu desgosto.
A mágoa é profunda como profunda é a dor
Dentro da minha tristeza, sem dono.
Que me arrebatem os canhões
Que fizeram, em pedaços, meu esplendor.
Que tudo seja arrumado e arquivado
Dissipando a dúvida e a tormenta,
Este cansaço latente que me deixa naufragar.
Este sentir que adormece em mim
E que, aos poucos, me obriga a afogar.
Falta-me a vontade de viver, em mim,
Como eu era e sempre fui.
Estou cansada de lutar comigo.
É a magoa que não se ausenta,
Que me deixa dormente.
Tenho saudades desta parte de mim,
Daquela que acredita
Que tudo isto não existe,
Que é só uma fantasia.
Sei que tenho do meu lado o universo.
Que tudo tem um reverso,
Que tudo é passageiro.
Só ainda não percebi
Qual a lição que vou tirar disto.
Por: Joaquina vieira
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