A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Friday, 11 March 2011

MINHA CENA





Irrompendo, alma adentro,
Consigo trazendo a doença.
Loucos bem-humorados
Na sua pobre existência.
De mãos dadas, pela vida,
Constroem a sua loucura,
Nas urbes sem destino,
Separados por sepulturas.
Vivem vidas acomodadas
Mostrando mãos partilhadas.
Passeio-me pelas avenidas
Com meus sentidos atentos.
Tenho dias de desalento
Mas, com eles, não me alio.
Aproveito para divagar,
Até perceber o momento.
Mascaras caídas na calçada
Com cores multifacetadas,
Agito-me na minha estrada
E pressinto nova alvorada.
Nos outros não me revejo,
Minha mascara acaba por cair.
Passamos todos, lado a lado,
Sem nunca nos observarmos.
Virá, então, aquele inadiável dia
Em que minha cena acabarei
E o palco, a outros, entregarei.
Eles terão os aplausos da plateia,
Eu, minha vivência, expirarei!

Por: Joaquina Vieira
06/03/2011

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