Naquele prado, tarde de Verão,
Nós, de mão dada, explorávamos.
De repente, estala o trovão.
Dele, a correr, nos abrigávamos.
Juntinhos, protegidos, resguardados,
Num gesto louco, de pura fantasia,
Nossos corpos, um para o outro virados,
Demos asas ao desejo que nos invadia
Nem barreiras e olhares nos castigavam.
Olhando teu templo, meu corpo nu,
Tuas mãos, autónomas, exploravam.
Éramos o mundo, eu e tu.
Despiste tuas roupas que sobravam
E fizeste delas inesperada cama macia.
Extasiados teus olhos observavam
Enquanto eu de tudo me esquecia.
E, meus cabelos compridos afagaste,
Suavemente, com tua mão desejada,
Despertando, em mim, os sentidos,
Enquanto meu coração declamava.
E teus dedos, em mim descendo,
Dos meus peitos se aproximavam.
E de desejo, sempre crescendo,
Eles, por ti, erectos esperavam.
Ao meu lado, teu corpo indomável
Mostrava o desejo irrefreável.
E nos meus ouvidos expatriados,
Segredos, anseios pronunciados
E todo o meu corpo exploraste
Como quem sonda uma serrania.
E o descobridor que tu te achaste,
Minha boca, tua sede mataria.
E, num frenesim revoltoso,
Solta-se a lava do vulcão.
O epílogo, merecido, ansioso,
De jovens corpos, em ebulição.
16/02/2011
Por: Joaquina Vieira
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