Enigma!
Os gritos que lancei
Os gritos que lancei
E que ninguém quis escutar.
A terra que trabalhei
E onde ninguém quis viver.
Enigma!
Os passos que perdi
E que ninguém encontrou.
Os sonhos que encontrei
E que ninguém perdeu.
Enigma!
Todas as interrogações
Que ninguém sabe responder.
Ninguém, nem eu!
Tu que me buscas,
Procuras, em vão.
Ainda eu não te achei!
Não vês que sigo
O bater do coração?
Pela estrada suplicante,
Minha sombra, errante,
Procurou até cair!
Meus pés, já exaustos,
Apontarão ao chão
De terra usada, batida,
Da cor do carvão.
Nunca chegarei
Ao fim do caminho,
Onde os corvos fazem ninho.
Meu corpo contraído,
Meus lábios selados,
São gritos de dor,
E que ninguém encontrou.
Os sonhos que encontrei
E que ninguém perdeu.
Enigma!
Todas as interrogações
Que ninguém sabe responder.
Ninguém, nem eu!
Tu que me buscas,
Procuras, em vão.
Ainda eu não te achei!
Não vês que sigo
O bater do coração?
Pela estrada suplicante,
Minha sombra, errante,
Procurou até cair!
Meus pés, já exaustos,
Apontarão ao chão
De terra usada, batida,
Da cor do carvão.
Nunca chegarei
Ao fim do caminho,
Onde os corvos fazem ninho.
Meu corpo contraído,
Meus lábios selados,
São gritos de dor,
Por amor inventados,
Por outros traídos
E a mim recusados!
Meus ouvidos perfurados
Afundaram-se nos silêncios
Por outros traídos
E a mim recusados!
Meus ouvidos perfurados
Afundaram-se nos silêncios
Dos secretos murmúrios!
Teus lábios que nunca, para mim,
Haviam sequer sorrido,
Selaram no vento, com cheiro a mar,
O beijo que nunca deram.
Por: Joaquina Vieira
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