A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 13 August 2011

A ESPERA



Aqui me vejo eu.
E porquê eu,
Neste lugar inóspito, despido?
Morno, vazio, de dor sofrido,
Pleno de corredores sem saída.
Labirintos da vida…
Pessoas esvaziadas de emoção,
Outras, inteiras de dedicação.
Aqui permaneço eu.
E porquê eu,
Entre o cristão e o ateu,
Sem saber o que pensar,
Numa espera de desesperar.
Daqui não saio. Não! Sei esperar.
Espero quem, a mim, venha dizer
Que é com imenso prazer
Que me vem anunciar que,
Apesar do susto porque passei,
Nada de mal se confirmou,
Que nada tenho a recear.
Virá depois, sorrindo, contente,
Quem, de mim, está ausente.
E, com um sorriso de embaraço,
Dizer: afinal, o que faço aqui?
Mas eu já estava aquietada.
Meu anjo me havia informado,
Aquele que está sempre a meu lado,
Que poderia estar descansada
E que apreciaria, de novo, a alvorada.
Como ele, estou sempre acompanhada.
E já com esperança renovada
Observo o tempo a passar.
Por ele aqui estou,
Nesta sala de esperar.


Por: Joaquina Vieira

No comments:

Post a Comment

Note: only a member of this blog may post a comment.