Tão doces são as sombras
Nas quentes manhãs de Verão.
Mas as árvores, de folhas despidas,
Anunciam o fim da estação.
No Outono tudo acontece
E a vida se escurece
E se arrasta pelo chão.
Como as folhas que foram do Verão.
E se instala o sentimento,
Outonal, cinzento,
Na voz da minha razão.
Brisa o soprar da existência
Dentro de jardins tingidos.
É a alma, a gritar, aflita,
Por não conseguir aquietar-se,
Por não poder manifestar-se.
O Outono também trás
Alguns momentos de paz.
Nas açucenas coloridas,
Abelhas fazendo zumbidos
Trabalham, arduamente.
Trabalham para mim,
Trabalham para toda a gente.
Do seu duro labor
Nasce o mel que cura.
Neste tempo de depressão
Não há tema com inspiração.
Meu Outono está à porta
E, tudo nele, parecerá morto.
Falta-me o pouco que resta
Até a flor da giesta.
Mas voltará o verde Maio
E tudo estará em festa.
POR JOAQUINA
22/10/2011