A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 19 November 2011

AS SOMBRAS DO MEU OUTONO









Tão doces são as sombras
Nas quentes manhãs de Verão.
Mas as árvores, de folhas despidas,
Anunciam o fim da estação.
No Outono tudo acontece
E a vida se escurece
E se arrasta pelo chão.
Como as folhas que foram do Verão.
E se instala o sentimento,
Outonal, cinzento,
Na voz da minha razão.
Brisa o soprar da existência
Dentro de jardins tingidos.
É a alma, a gritar, aflita,
Por não conseguir aquietar-se,
Por não poder manifestar-se.
O Outono também trás
Alguns momentos de paz.
Nas açucenas coloridas,
Abelhas fazendo zumbidos
Trabalham, arduamente.
Trabalham para mim,
Trabalham para toda a gente.
Do seu duro labor
Nasce o mel que cura.
Neste tempo de depressão
Não há tema com inspiração.
Meu Outono está à porta
E, tudo nele, parecerá morto.
Falta-me o pouco que resta
Até a flor da giesta.
Mas voltará o verde Maio
E tudo estará em festa.

POR JOAQUINA

22/10/2011