A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 19 November 2011

ENTRE SONOS ME PASSEIO


Sonhos sombrios se atropelam
Quando o luar não espreita,
Nas noites mais longas e escuras,
Entre trevas pejadas de lobos
Uivando no nevoeiro postado
Nos cumes das serranias.
Quando espreita a alvorada,
No portal da madrugada,
Onde meu espírito vigia
E meu corpo se deita,
De meus sonhos se derramam
Pedaços de outras vindas,
Passos de passadas vidas.
Adormecidos, os demais,
Serve a noite, aos chacais.
Nas memórias desterradas
Em que sonhar é demais,
Não encontro descanso
Para todo este espanto.
E canto, então, para mim.
Dentro da minha demanda,
Passeio-me, entre sonos,
Entre vidas por começar.
Quero ir para o espaço
Procurar aquele abraço
Que, outrora, vinha com a aurora,
Quando, em paz, divagava.
Em tempos se ausentou.
É neste quebra-cabeças
Onde, por vezes, adormeço
Que acordam meus pensamentos,
Numa dor alucinante,
Que, de mim, fizeram estante.
E é meu corpo que reclama
Na fogueira onde arde a chama.
Vão sobrar cinzas, de mim,
Que ninguém vai querer, no fim.

POR: JOAQUINA VIEIRA


22/10/2011

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