A peregrinos, em suas jornadas,
Acolherei como amigos, em abrigos,
Onde guardarei minhas filosofias.
Mas em canteiros que aprontarei,
Adentro de interessadas moradas
Que um dia serão habitadas,
Semearei poesia e prosas magoadas.
Estou fatigada de arremessar
Esmeraldas, perolas para o ar,
Sem sequer vislumbrar,
Mãos que as queiram amparar,
Vozes que as saibam cantar.
Ainda que minha mente espantada,
Pela fome que observa, do nada,
E pela barbárie circundada,
Incita-me para que disperse,
Mesmo que ninguém dê por isso,
Mensagens que a mim mesma intrigam,
Mas que um dia se poderão decifrar.
Até os Maias, povo que trajava de ouro,
Sem dar valor aos tesouros,
Que a seus pés brotavam,
Legou-nos a sua ciência,
A que no seu tempo provou.
Assim prosseguirei minha tarefa,
Em rotas que calhar encontrar.
E contarei minha história
E pedaços da minha memória
Que guarda, em algum recanto,
A simbologia de uma raça,
Da qual penso ser parte suspensa,
E a este planeta emprestada.
Mas um dia irei deixar-me levar
E nas profundezas do Universo,
Voltarei ao meu lugar.
Àquele que deste é o reverso.
E nunca mais escreverei.
AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
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