A CONDESSA SEM CHETA

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MY BOOK

Sunday, 7 August 2011

MOMENTOS DE ALMA - O POEMA DA ANGÚSTIA



O aparatoso silêncio, vazio, no ar,
Veio o frio de Inverno preencher.
Susteve-se o vento de soprar
E veio a obstinada chuva, a gemer!

Já a noite vem rasando
Esta minha alma sombria.
É a tristeza que se vem aconchegando,
Deixando esta minha vida ainda mais fria.

Arrefeceu, bruscamente,
Ao rasgaram-se as nuvens escuras.
Mas meu coração, friamente,
Já se habituou, farto, às desventuras.

É tempo do tempo que nada poupa,
Trazendo aguaceiros de tristeza.
Deus dá o frio conforme a roupa,
Vestida caminho, na incerteza.

Um arrepio de frio e estremeço
No acre do fumo da lareira que arde.
De meus sonhos, nas labaredas onde adormeço,
Sobraram cinzas de basta perplexidade.

As chamas, fustigam-me o rosto, em cheio,
E há aromas adocicados no ar.
Embora dormindo eu aprendo, eu leio,
A minha alma de criança a assimilar.

Galopa mais uma nuvem que se esfarrapa
Enquanto me debato neste meu oceano agitado.
E a minha vida? Essa, como se escapa,
No meu espírito por angústia dominado.


Por: Joaquina Vieira

 






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