A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Friday, 23 September 2011

NADA...


Sinto, o meu corpo,
Como se estivesse já morto.
Sinto, nele, um frio que o cerca
E que me petrifica e derrota.
A pele, sinto-a cada vez mais fria
E, meus lábios, roxos, sem calor.
Há gente, lá fora, a apreciar este desamor.
Olham-me, estranhamente.
E se eu não voltar?
E se eu não existir, mais?
E se mais nada existir,
Mesmo nada?
Fico sem voz, de repente.
Não há lágrimas,
Apenas lamentos.
Lamentos de hábito,
Não de sentimento.
Tapam-me o rosto
E esconde-se a ausência permanente.
A morte olha-se, de lado.
A vida, essa sim, encara-se, de frente.
Frio é este silêncio!
Posição imóvel...
Só, a Ele imploro..
Quem me abraçará, agora,
Não sendo, eu, já nada?
Quem me contará histórias,
Antes da hora dos sonhos?
Quem vai cuidar do que ficou?
Quem vai pintar as minhas fantasias
E, também, os devaneios?
Alguém vai mudar a fechadura da porta.
O resto, pouco importa!
Tenho morada incerta
Nesta clausura de loucura.
As camas continuarão desfeitas
E haverá gente a quem nada importa.
Este dia, parece que não termina.
A noite, não tem, mais, fim...
Nada sinto!
Nada vejo!
Nada me importa!
Acabo de sair por outra porta…

POR JOAQUINA VIEIRA

23/09/2011


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