A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Monday, 12 September 2011

CRUZANDO O TEMPO


Cruzando o tempo,
O corpo vai cedendo
E o coração abdicando.
É a tristeza que se instala
Na estação que se apresenta.
E, nesta diária experiência,
Sem, comigo, me entender,
Meu instinto que é meu irmão,
Acalma, sossega a comoção.
É que, na vida, se apresentam,
Por vezes, tristes instantes que,
Sendo difíceis de suportar,
Não encontro forma de disfarçar
A desordem que me invade.
Qual a minha finalidade,
Porque insisto em ter razão?
É bem dentro, nas entranhas,
Que sinto a contradição,
Dos acasos que, no tempo,
Rasgaram o meu coração.
De que sou feita, afinal,
Porque insisto em lutar?
E, agora, neste hangar,
Onde largo um arpão,
Sem comentários, sem razão?
Desço através do sentimento
Onde não estou a contento,
E posso entrar em confronto
E perder, até, a razão!
E, com a energia de um vulcão,
Acode a ira a denunciar-me
E a pretender despedaçar
Os momentos de união.
E os sentimentos afloram,
Quando tenho desencontros
Com quem me dá a mão.
Minha vida, batalhada,
Tecida é, em combates,
Entre lutas e recuos.
Se entro em contradição,
Já nem sei por onde ando
Nem onde me situar.
Então, meu espírito me acode
E me estende uma mão.
Sou matéria circulante
Quando me movimento
E voo, em voadura rasante.
Serei apenas uma caminhante,
Perdida em ruelas estreitas,
Entre o corpo e a mente,
Onde se constroem ingenuidades.
E passa, então, o momento,
Ficando a ferida e o sentimento,
Por não saber respeitar quem,
Em mim, não sabe acreditar.
E entramos em convulsão,
Escoriando a emoção.
Só que o momento não é próprio
Para atingir o coração,
Com uma simples discussão,
Seja ela séria, ou não!
A paz que Deus me enviou,
Como a anseio partilhar,
Com bem-estar e harmonia.
Triste matéria, esta, viva,
Que grita, algures, em mim,
Que quero acalmar, por fim,
Porque tudo acaba, tem um fim.
É que, depois da discórdia,
Acorda e vence a concórdia
Que reparte, de peito aberto,
Abraços de coração.

POR JOAQUINA VIEIRA


12/09/2011

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