Loucura, sadia,
És, tu, minha?
Dentro de labirintos,
Dentro de labirintos,
Sob lençóis te esvais.
Fora de um buraco negro
Ocupas o vazio residente.
E nada há que me detenha
E nada há que me sustenha.
Apagas o desenho, mal esboçado,
Apagas o desenho, mal esboçado,
Daquilo que penso que sou
De tudo o que julgo que fui.
Escrevo o teu nome, letra a letra.
Soletro, apenas, o que não leio
E decifro, também, o que não vejo.
Soletro, apenas, o que não leio
E decifro, também, o que não vejo.
Nesta minha loucura sadia definho,
E àquele esboço do que há em mim.
Vontades alheias à condição,
Desejos e anseios sem dono.
Palavras, entre-cruzadas
Desejos e anseios sem dono.
Palavras, entre-cruzadas
Que se interceptam,
Na memória da loucura,
De onde saboreio este sabor amargo,
Que vem da minha vontade.
Ainda que de olhos vendados,
Vejo o seu rosto de penumbra.
Vejo o seu rosto de penumbra.
Amargura, sadia,
Que te chamas de loucura!
És, tu, minha?
Por Joaquina Vieira
03/08//2011
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