A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Sunday, 11 March 2012

RIOS DA ALMA - CHORO MINHAS SAUDADES


Pelas provações que passaste,
Estou certa de quanto vales.
E tanto foi o que suportaste,
Abatendo todos os males.
Barreiras que te ergueram,
Apuros que tinham que vir.
Duras provas te testaram,
Testes que te levarem a agir.
É esse o caminho da vida,
Da rota que temos traçada.
Lutaste, porque nunca vencida,
Mesmo quando desarmada,
Pelas traições que há na vida.
E, passo a passo, caminhando,
Foste, por ti, descortinando
Que não é fácil conviver,
No seio de tanta insânia.
Cega loucura, banalizada,
Demência generalizada,
Que te fez sofrer e magoar.
Mas tua missão, a procura,
Quis tua direcção apontar.
E assim, tudo teria que ser,
Para que pudesses crescer.
E assim encontraste o Norte
E te fizeste mais forte,
Porque tudo isso é viver.

Filha minha que, ao nasceres,
Já tinhas como certeza
De que, comigo, vinhas ter.
Eu te esperava, neste mundo,
Sem saber onde te encontrar.
E, da espera, desesperei,
Ao percorrer tantas veredas,
Ao arriscar por atalhos.
Mas, por caminhos tortuosos,
Acabei por te encontrar.
E como valeu a pena a espera!
Quero que saibas do encanto,
Encanto infinito que tenho,
Filha minha, encanto meu,
De poder ser tua mãe.
Foi só por isso que eu vim,
A este planeta, sofrer.
Para, contigo, me encontrar,
Para, contigo, sofrer.
Se não fosse para te conhecer,
Nunca, aqui, teria vindo pousar.
Eu não precisava de voltar.
E como eu sei disso!
Como tu, também, o sabes!
És diferente e por isso sofres
Muito mais que os demais.
Levou tempo para eu entender
A pureza dos teus sentimentos.
E quanto, ambas, sofremos,
Para termos o nosso encontro,
Encontro que estava marcado.
Permite que a tua fé te guie
E escuta o teu coração.
Nós estamos aqui de passagem,
Numa etapa do tempo,
Que é o tempo de cada viagem.
Que não te ceguem os bens terrenos,
Porque são peças de xadrez,
No tabuleiro da vida.
Neste planeta, em cada jornada,
Só vale a obra que deixares.
Vive com harmonia e simplicidade
E, assim, filha minha, serás feliz.
Quando eu partir para outras moradas,
Recorda esta tua mãe
Que te amou, perdidamente,
Com todas as forças que tinha.
Que essa certeza te dê a força,
Força que, a mim, já falta,
Para cumprires a tua missão.
Nada mais te posso dar!
Só amor, filha minha, meu encanto.
Só te peço que sejas um ser,
Um ser cada vez mais consciente.
Se minhas lágrimas te confortassem,
Te deixaria um manso lago, translúcido,
Para que nele te pudesses banhar.
Mas estas minhas emoções,
Emoções de alma de mãe,
Só, por mim, podem ser vividas.
Por isso eu choro a minha mágoa
Se, por alguma culpa minha,
Tu não tiveres aprendido,
O que deveria ter-te ensinado.
Agora que estás tão longe,
Eu choro as minhas saudades.
Saudades do que vivemos
E, em particular, e com mais magoa,
De tudo o que não vivemos.

Autora : Joaquina Vieira

08-03-2012 ( DIA DA MULHER)

Para a minha filha Ângela


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