Não quero!
Não quero sentir a dor,
Não quero perder a
razão.
Se são palavras proibidas,
Proíba-se, então, a dor,
Se são palavras proibidas,
Proíba-se, então, a dor,
Mas não se proíba
a razão.
Quero que me falem do
tempo
E da noite libertina.
Se nas asas do conforto,
Se nas asas do conforto,
Proíba-se o desconforto,
O desconforto da dor.
Quero que me falem do
mar,
Pois quero escutar as ondas,
Pois quero escutar as ondas,
As ondas do mar que
assentam
Em fragmentos de espuma
Que não conhecem a dor.
Quero que me falem da vida!
Quero que me falem da vida!
Da tua, da minha, da
nossa,
De quem comigo se cruza
Na borda dos penhascos,
Na borda dos penhascos,
Dos penhascos da dor.
Análogos os caminhos
De relações já vividas,
Em outros tempos,
Com outras dores.
De outros alvoreceres,
Palavras ao ouvido,
É isso que quero
escutar.
Que me activem os sentidos,
Sem limites, até ao infinito,
Que me activem os sentidos,
Sem limites, até ao infinito,
Na rota da ilusão.
Mas é proibido,
Mas é proibido,
E eu não quero,
não!
Que me falem da dor.
Não, hoje não!
AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
18/03/2012
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