A CONDESSA SEM CHETA

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Saturday, 17 March 2012

MOMENTO DE ALMA - NÃO, HOJE NÃO!



Não quero!
Não quero sentir a dor,
Não quero perder a razão.
Se são palavras proibidas,
Proíba-se, então, a dor,
 Mas não se proíba a razão. 
Quero que me falem do tempo
E da noite libertina.
Se nas asas do conforto,
Proíba-se o desconforto,
O desconforto da dor.
Quero que me falem do mar,
Pois quero escutar as ondas,
As ondas do mar que assentam
Em fragmentos de espuma
Que não conhecem a dor.
Quero que me falem da vida!
Da tua, da minha, da nossa,
De quem comigo se cruza
Na borda dos penhascos,
Dos penhascos da dor.
Análogos os caminhos
De relações já vividas,
Em outros tempos,
Com outras dores.
De outros alvoreceres,
Palavras ao ouvido,
É isso que quero escutar.
Que me activem os sentidos,
Sem limites, até ao infinito,
Na rota da ilusão.
Mas é proibido,
E eu não quero,  não!
Que me falem da dor.
Não, hoje não!

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

18/03/2012

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