Sobes as escadas, correndo,
Marcando os sons, barulhento.
Marcando os sons, barulhento.
Sentada eu, imprudente,
Espero-te, olhar dormente.
Sinto a tua vibração, sempre.
Espero-te, olhar dormente.
Sinto a tua vibração, sempre.
Já não é de perfume
Mas de amor, ausente.
E resisto, na minha solidão,
Escutando a tua música.
Danço, enquanto estou sozinha.
Escutando a tua música.
Danço, enquanto estou sozinha.
Abro uma garrafa de vinho.
Degustarás o resto, o que ficará.
Na minha sala de estar,
Na minha sala de estar,
Terás, sempre, teu mundo.
Numa fracção de segundo,
Numa fracção de segundo,
Percorro o teu cosmos.
Conheço bem os teus sonhos
Conheço bem os teus sonhos
E também teus devaneios.
Sei-os, de cor,
Tal como os teus desejos.
Conheço o teu ponto fraco
Conheço o teu ponto fraco
E, também, as tuas virtudes.
Teu coração sempre se divide.
Teu coração sempre se divide.
Sabes que eu não mudarei.
Os degraus que nos separam…
Porta fechada, para o mundo,
Os degraus que nos separam…
Porta fechada, para o mundo,
Que só tu poderás abrir.
Eu brindo, à tua chegada,
Mas brindo, também,
À minha vitória, sozinha.
Conforto-me, na madrugada
Conforto-me, na madrugada
E levanto-me no novo dia.
Noites sem dormir, que importa.
Noites sem dormir, que importa.
Tortura-me a saudade
E ora me retraio, ora choro,
E ora me retraio, ora choro,
Momentos em que me vejo muda.
Deixei que a desilusão se instalasse,
Deixei que a desilusão se instalasse,
E que o meu sonho me abandonasse.
Nada, é coisa que não existe.
Nada, é coisa que não existe.
Que esta porta não nos separe.
Nunca te irei implorar
Nunca te irei implorar
Se, no escuro, me deixares.
Dentro duma névoa, envolta,
Sei que o amor não tem volta.
Se desceres essas escadas,
Dentro duma névoa, envolta,
Sei que o amor não tem volta.
Se desceres essas escadas,
Irei trepar esses degraus.
E subirei essa montanha,
E subirei essa montanha,
Dentro do meu temporal.
Faço-te a cama, de sonho,
No sonho do aconchego,
Com lençóis de rosa e seda.
Meus erros ficaram, lá fora,
Meus erros ficaram, lá fora,
Como os teus ficaram, também.
Se a solidão me bater à porta,
Sei que não estarei só.
Poderei, até, já estar morta!
E haverá maior castigo
Que deixar de estar presente?
Vou trocar a minha vida,
Que o presente é, apenas, o instante.
Vamos deixar tudo como dantes.
Vamos deixar tudo como dantes.
Vamos viver, lado a lado, amigos.
É que se vivesses sem mim,
Acharias o teu inóspito deserto,
Da mais espantosa imensidão.
Do tamanho do teu castigo
Que, supremo, não teria perdão
Autora : Joaquina Vieira
24-12-2012
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