Rios de lágrimas escorrem,
Entre montanhas desertas.
Regam a minha floresta.
Lágrimas doces, salgadas,
São prementes, semeadas,
Dentro dos sentimentos.
Furtiva é a lágrima
Que desce, lentamente.
Alimenta a minha mente,
De um sufoco calado.
Ela, lentamente,
Desce, indolente,
Alimentando o sofrimento.
Rios de lágrimas,
Fontes de emoção
Que se resguardam,
No meu coração.
No rio que resvala,
Dentro da minha vida,
Com cor e harmonia,
Choro de tristeza,
Choro de alegria.
Em meu rio vou fazer,
Um seguro ancoradouro,
Para guardar meu tesouro.
Poesia, desfolhada,
Em lágrimas, banhada.
O que me vem de dentro,
É um rio amplo, sedento.
Ele alarga, nas alvoradas,
Esta vida que é a minha.
No deserto do tempo
Criei a semente,
Pelo meu rio regada.
Ele fez o seu trilho,
Levando-a outro rio.
Com ela o meu lamento.
Rio que te abres
Entre portas escancaradas.
Pela madrugada,
Tu me vens visitar,
Dentro do meu sonho,
Na minha cama deitada.
Sonho, em ti, suada,
Com a roupa molhada.
A vida assim o traçou.
Que meu rio escorresse,
E que nele, ele acedesse,
Minhas agonias, eu afogar.
Quero, de ti, meu rio,
Minhas lágrima reter.
Como em espelho de água,
Quero minha face beijar.
POR: JOAQUINA
Lágrimas vertidas já em 2011. Não as sequei. Por isso voltam a ser descritas.