Sinais do tempo
Que o tempo arrastou.
Na memória do tempo
Sua cruz deixou.
Entre espaços vazios
Onde a mente se cruzou.
Pensamentos vadios
Que meu corpo limou
Em corredores vazios
Sem palavras que animassem.
Dentro do ventre
Queimam palavras vazias.
Batas brancas e azuis
Em mim empurram
Anseios que entorpecem.
Na precariedade do ser
Onde tudo para,
Onde os demais se olham
Com ternura e compaixão,
Num rio de emoção
Cruzam-se conversas,
Adversas no tempo.
Desinteresse rotineiro
Todo este sentimento.
Olhares que se perscrutam
Sem palavras para dizerem,
Neste ambiente insólito
Onde se esconde o medo.
Ninguém aqui escapa!
Aqui não interessa a poesia
Nem há paciência para a prosa.
Todos temos que estar juntos
Neste sentir de impotência.
O corpo cede,
O medo se instala,
A mente trabalha.
Nas mãos trémulas
Escorre o medo contido
Nestes momentos perdidos,
Neste espaço exíguo
Onde a esperança tropeça.
Calam-se as dores e alertas
Por trás de uma janela aberta
Por onde tudo possa passar.
Mas o tempo fica retido,
Dentro deste pensar,
Ou deste mal-estar,
Que é uma sala de estar
Dentro de um espaço vazio,
Que é um hospital.
Mas minha mente se ausenta
Para uma pradaria de flores,
Onde vivem outros amores,
Onde a saúde não falta.
O corpo, em forma, se manifesta
Entre alegria e uma festa,
Que é o milagre da vida.
18/11/2009
AUTORA: JOAQUINA VIEIRA
No comments:
Post a Comment
Note: only a member of this blog may post a comment.