A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday, 30 July 2011

CÉU CATIVANTE


Finito arco-íris em céu cativante
Em meu mundo colorido e brilhante,
Entre sons de harpas e bandolins,
Dedilhados por anjos e querubins
E por arcanjos e celestiais seres, afins.
Eu quero viver os meus sonhos,
Acariciando a minha alma
E reavendo a esperança
Para abraçar uma vida calma.
E voarei, com confiança,
 Para além do arco-íris.
Meus olhos, de cor cristalina,
Amarão um mundo colorido,
Um cosmos que quero pintar,
Com os mais inconstantes tons,
Desde o branco ao amarelo
 Até ao rosa das camélias.
De perfeição e cor, a transbordar
De campos, de rios e de mar.
De flores vermelhas, azuis, amarelas,
Contendo o arco celeste, nelas.
Então, o canto dos pássaros, escutarei
E crianças, brincando, contemplarei.
Os homens, amando-se, divisarei.

Por Joaquina Vieira


17/07/2011

RIO DA ALMA - DO ALTO




Vamos então recomeçar,
Colocando um ponto final.
Mesmo que tudo não esteja bem,
É hora de dar o sinal.
Vamos acordar.
Hoje o Sol nasceu diferente
E o céu tem outra cor.
Vamos ao infinito gritar
Que não é triste, o amor.
Que seja tudo novo, de novo.
Escapemos donde já caímos,
E mergulhemos do alto,
Do alto até onde subimos.
Vamos celebrar
A forma de sermos seres,
Essa luz que antes nos ofuscou
E acaba de renascer.
A outra já se apagou.
Essa vamos terminar,
Cantando nova canção,
Com uma nova versão.
Compreender, depois falar…
Vamos abrigar-nos lá no alto,
Lá, onde já subimos.

Por: Joaquina Vieira

11/07/20007

Monday, 25 July 2011

MIRAGENS



Entro em miragens,
Onde encontro imagens
Que, dentro do meu peito,
Se debatem, sem jeito.
Aquietam-se, finalmente,
Na minha angústia latente,
Onde não entra mais gente.
A tormenta que, de mansinho,
Em meu peito bate
E, até doer, me arrebata.
Nela construí meu ninho,
Dentro do tempo, caminho.
As folhas soltas, as ato,
E alinhavo os cadernos
Do livro do sonho eterno.
No meu universo criado,
Planto flores de jasmim.
Juntam-se flores do prado,
Às flores do meu jardim.
Fios de cordel se soltam,
Numa tristeza sem fim.
Batem-se, chorando por mim,
Em lutas que, sempre, voltam.

Por: Joaquina Vieira

 12/01/2011

POETISA


Ser poetisa é,
Descrever a dor e a cor.
É ser beijada pela brisa
Com palavras e magia.
É bendizer o amor
E querer ser gente,
Vivendo à luz do dia.
É adormecer no desconhecido
E acordar na madrugada,
Sentindo-se tudo,
Sabendo-se nada.
É descrever, simplesmente,
Os feitos de outra gente.
É, simplesmente, a escrita amar
E de tudo e sobre nada, falar.
É ser alma incandescente,
Em palavras de fogo,
Sem pensar….
Sou quem sonha, um dia,
Vir a amar…
O Universo…
Que, de mim, faz presente.
Não vou permitir mediação,
Com o passado…
Vou esperar, ansiosa,
Minha essência….
Ser poetisa,
É ser livre de correntes,
Quebrar o medo, mantendo a calma.
É lançar ao vento, vozes descontentes
Para, em seguida, levantar a alma.
É ser flor, é ser ave,
Ser borboleta e ser Lua.
É ser Sol, na bruma,
Dançando e tocando,
A mais amena melodia.
Ser poetisa é cair,
Perdidamente apaixonada.
É ser louca, parindo a dor,
Tendo, no mundo, o coração quebrado
E curá-lo com letras de amor.
Ser poetisa é ser matriz!
É nascer de novo
E dar à alma, liberdade, sem medo.
É, do grão, fazer searas, para o povo.
É guardar todos os seus segredos.
Ser poetisa é tocar a mão de Deus,
Ser uma luz na escuridão.
É nunca dizer adeus,
É repartir o coração.

Por: Joaquina Vieira

13/07/2011

Sunday, 24 July 2011

PALAVRAS, POESIAS INVENTADAS



Em minhas palavras,
É dor o que derramo.
Ela renova a mensagem,
Com gritos e ardor.
Sinto, nelas, os corpos
De todas as poesias,
Por elas, inventadas.
Abertas, como o vento,
Tontas, esfomeadas.
Palavras estáticas,
Inteiras, nuas, ardentes.
Tudo o que fazem de perfeito,
No mundo está assente.
Sempre, no seu movimento,
Elas abraçam, gracejam.
Minhas palavras são espetáculo.
Quando, na noite vazia cantam,
Sinto que vivem e respiram.
Por isso me encantam.
São mãos inteligentes,
São mãos que trabalham
Com dimensão e sentido.
São como o animal indefeso
Que carrega, em seu dorso,
Um peso desmedido.
Mas, minha palavra também é:
Ave migratória,
Cabo de ferramenta,
Suor de operário.
Quando minha palavra sangra,
É instrumento que mata,
Sonho que insiste
Na visão de um triste.
Na palavra, minha alma grita.
Sinal que estou de passagem
Por este mundo amargo.
Dou-me, por inteira,
Na palavra do poeta.
As minhas palavras são,
Quando ganham força e coragem,
Fantasmas que escorrem,
De todos os meus dedos,
Livres de receios e medos.
Nenhuma existe, vazia.
Elas passam, por mim,
Como um caudaloso rio.
Eu, nelas, tropeço,
Alheada do que contêm.
Porque furtivas, escondidas,
Fazem nascer a poetisa
Que, nelas, habita.


Por: Joaquina Vieira

Thursday, 7 July 2011

MOMENTO DE ALMA - UM ANJO EM MINHA VIDA




Habita um anjo em minha vida.
Cruza o meu caminho,
Há tantos anos,
Em cada um dos meus dias.
Não tem asas, não pode voar.
Há muito mas ofertou,
Para que eu me possa elevar.
Tem sabedoria para partilhar.
Ele é ele, simplesmente!
Mostra-me o que é verdadeiro,
Dando sentido à minha vida.
Com ele aprendi a amar.
Anima-me no desalento,
Tornando meus dias mais leves.
Tem também os seus momentos,
Mas aí eu o sei amparar.
Em cada dia o meu anjo,
Ligeiro, me aparece.
Cumpre, suas, tantas missões,
Sem que disso se aperceba.
Detemo-nos numa esplanada,
Falando de coisas vagas,
Ou de outras mais marcantes.
Num olhar recordamos tudo,
Ainda que vá já distante.
Olhamos os outros, à nossa volta.
Creio que nos notam diferentes.
Só pode ser obra de Deus!
Ele o pôs em minha vida.
Por vezes não dou o valor,
A todo esse infindo prodígio.
Talvez por falta de tempo,
Aquele que ninguém tem.
Mas há sempre tempo que baste,
Para fazer alguém feliz.
Basta um pouco de vontade,
E querer fazê-lo, também.

POR: JOAQUINA VIEIRA


07/07/2011

Tuesday, 5 July 2011

MOMENTO DE ALMA - A DESCOBERTA




Pensamento, companheiro,
Permite que me balanceie.
Deixa a alegria girar,
Do outro lado da porta,
Que a quero espreitar.
Mas sempre tu, pensamento,
Tudo a quereres controlar.
Pela porta entreaberta
Sinto a descoberta.
Então, dentro do meu pensar,
Viro os olhos para a janela.
Adivinho quem mora nela.
Entre estrelas e galáxias
Armo uma falácia.
Neste mundo assim feito,
Nós sempre a começarmos,
A roda sempre a girar.
Sou eu, és tu.
Oh meu pensamento!
Alegras  o meu momento,
Trazes furor à minha vida.
Algo se rompe, em mim,
Enquanto tu te divertes.
Nas frestas do meu dia
Tu irrompes, assaltas-me.
Trazes à minha mente
Raízes e sementes.
Um dia, quando me deixares,
Pobre de mim.
É que já não saberei reflectir.
Agora que vives em mim,
Não me deixas descansar.
Aconteces no meu caminho,
No que tenho de palmilhar.
Por carreiros e rasteiras
Obrigas-me orientar.
Sinto, lá longe, um guia
Que chama e me reclama.
Aos dois não posso atender.
Tenho em mim dois mundos!
Não sei com quem os dividir.
Junta-se gente na mortalha…
Tu, meu pensamento,
Vais estar presente.
Mas será o meu guia
Que daqui me vai levar.
Vai pegar na minha mão
E cantaremos uma canção.
Ingressarei na luz que liberta
E entrarei com ele noutra fresta,
Noutra dimensão que me vela.
Então um juiz me irá julgar
Por a ti, meu pensamento,
Ter tido como companheiro.
Se tiver que passar tormentas,
A ti irei incriminar.
Depois irei descansar,
Onde as planícies verdejantes
Façam cama dourada, para mim.
Alimentarão minha alma cansada,
Da missão, na Terra, acabada.
Darei forma a outro ser
Que comigo queira alinhar.
Com ele então retornarei.
Começarei, de novo, novo ser,
Num certo entardecer.
Irei novamente nascer
E de mão guiada, assente,
Viverei, de novo, gente,
Com outra missão diferente.
Ajudarei quem necessitar,
Porque voltarei a trabalhar.

Por: Joaquina Vieira


05/07/2011