Ciclópica apreensão,
A que se instalou em meu
peito.
Não sei por onde andou
Nem que anjo a alcançou.
Vem do tempo que faz
tempo
E que nem sei, num
rosário, contar.
Vem das lendas de outro
tempo,
Do tempo que nem sei
lembrar.
Que a tristeza nasça,
Por defeito, em meu
jardim.
Sempre sentirei odores,
Para temperar, até ao
fim,
Meu coração apertado
Com cordas, subjugado
Em movimentos abreviados,
Nas mãos do destino
lançado.
Pobre de mim, tristeza!
Na minha ausência
batalhas
E perco, de todo, o
sentido.
E ainda que me apareças
Assim, vestida de cetim,
Nada há, que saiba, de
ti.
Nem sequer onde moras
E onde teces meus
sentimentos
Que, guardados estarão
Nalguma estação de Verão
Onde as flores vão
florir.
Talvez para que, tu, de
mim,
Não venhas a poder
rir-te.
Vou, o mau estar presente,
Enterrá-lo como má
semente.
Para que dele germine a
esperança
Que possa alagar o tempo,
Nesta agonia feita
sentimento.
Prefiro ficar na beira
da estrada, só,
Para que, de mim, não
haja dó.
Assim, comigo sozinha,
saberei
Diluir-me em mil
pedaços,
Feitos de memorias e
laços,
Onde a solidão seja
capaz
De, dali me resgatar,
E à minha alma,
adormecida,
Para que, num suspiro
atroz,
Me traga, de novo, à vida.
Adeus tristeza, até um
dia.
Amanhã serei, acredita,
outra.
Acordarei, num novo dia,
E todas as flores
florirão
E se abrirão, de alegria,
Enchendo o meu
coração.
Meus pensamentos voarão
E quedarão as penas, no
chão.
Vou sentir-me renovada
E, com nova roupa,
lavada,
E, dos teus braços,
libertada.
Adeus tristeza, passada.
02/08/2011
POR JOAQUINA VIEIRA
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