A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Saturday 3 September 2011

EU SOU A CANÇÃO


Eu sou a canção,
Mas sou, também, a objecção.
Sendo o ponto central
Eu sou a minha percepção.
Sou a água da fonte
E o rio e a nascente.
Se sou a água e o fogo
E a terra e o vento,
Sou todos os elementos.
Sou o trabalho e a dedicação
E sou tudo o que existe.
Eu sou o bater do coração
E sou, até, uma oração.
Eu sou uma contradição.
Eu sou a luz que, em mim, brilha
E sou a treva que me martiriza.
Eu sou a superfície e o fundo
E sou, eu só, no meu mundo.
Eu sou o bom e o mau
E o belo e o feio.
Sendo igual a todo mundo,
Eu sou o produto do meio.
 Mas, também, penso que sou
O lugar tangente àquele onde estou.
E se, algo, julgo faltar-me,
Estou pronta para lutar.

Talvez eu queira demais,
Até ir além do que devia querer.
Por isso, por mais que o procure
E faça por o encontrar,
Vejo-me no caminho, despida,
E volto, então, à oração,
Encontre o caminho, ou não..

Por Joaquina Vieira
03/09/2011

No comments:

Post a Comment

Note: only a member of this blog may post a comment.